Lágrimas simulam vidro em agudo
Esvaziar lamentoso e gemente
De corpo árido a derramar somente
Pingos disformes em chão seco, mudo
Lágrimas simulam vidro polido
Correndo benditas, vazando a mente
Em gotas conformes, num condolente
Purificar da alma em pranto sentido
Lágrimas também são sopros nascentes
Diáfanas quimeras refulgentes
No descompasso abismal da paixão
E das sensações trevosas, doentes
Entrelaçadas as puras, doentes
Que em dor celebram o amor, conversão