Hoje o Diário do Noroeste completa 66 anos e publica sua edição de número 18.900. Portanto, 18.900 é o total de dias que milhares de pessoas de toda a Região Noroeste se informaram através das páginas do matutino que desafia o tempo, se reinventa e permanece atual.
O DN mantém a tradição do seu impresso e integra novas ferramentas, progredindo rapidamente nas redes sociais e em seu site na internet. Para marcar a data, uma homenagem para pessoas que fizeram história e deixaram suas marcas de forma definitiva no jornalismo da região.
Fundado no dia 23 de outubro de 1955, o jornal nasceu “O Noroeste”, já pensando em sua vocação regional. Fundador e pioneiro das comunicações no interior, Euclides Bogoni implantou o informativo bissemanal, semanal e foi progredindo até o formado atual de edições todos os dias, batizando de “Diário do Noroeste”, marca que se tornou permanente.
Longevo, o DN resiste ao tempo. É o segundo jornal mais antigo do interior paranaense. Uma trajetória feita por centenas de pessoas que não desistiram dos sonhos e construíram no dia a dia, uma história bem contada. Há 66 anos.
HOMENAGEM
Euclides Bogoni: “Vim pra cá, virei poeta
“Vim pra cá, virei poeta”. A frase é do jornalista Euclides Bogoni, fundador do Diário do Noroeste no distante ano de 1955. Em um vídeo de valorização da cidade, assinado pelo jornalista Rodrigo Lucas, ele se recorda que passou a andar pela região entre 1948 e 1950, quando junto com seu pai (Ângelo Bogoni), vendia produtos alimentícios.
Catarinense de Videira, falecido no dia 22 de junho de 2016, o jornalista teve os primeiros contatos com as letras quando passou a escrever poemas, alguns publicados em jornais de Curitiba e Londrina. Por conta da vocação, foi convidado para escrever em um informativo que encerrou suas atividades em 1954, o “Paranavaí Jornal”.
Quando a empresa deixou de existir, Bogoni havia se apaixonado por jornal e partiu para o grande projeto de sua vida. Assim nasceu “O Noroeste”, que mais tarde se tornaria “Diário do Noroeste”.
Para facilitar o processo, Bogoni adquiriu uma impressora seminova em Maringá, a chamada máquina plana. Como não havia energia elétrica, o jornal era “rodado” na base da força. Ele contratava homens fortes para rodar a manivela e assim editar seu informativo.
De poeta a jornalista, uma história de muito trabalho. Como empreendedor, Bogoni foi um dos fundadores da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí, no ano de 1955, entidade que também completou 66 anos, no dia 12 de fevereiro.
Preocupado com as causas sociais, Bogoni se tornou rotariano em 1960, permanecendo no clube de serviço até o falecimento. Naquele período, aliás, o Rotary era uma fonte indispensável de informações jornalísticas e também das demandas da comunidade.
De jeito simples e mais ouvinte do que falante, Euclides Bogoni fez inúmeras declarações de amor pela cidade. Numa delas, lembrou que nasceu em Santa Catarina, mas se mudou para a Região Noroeste para trabalhar por ela e não para se aproveitar dela.
O jornalista Euclides Bogoni morreu aos 82 anos na madrugada de 22 de junho de 2016. Diretor do jornal Diário do Noroeste por tanto tempo, tinha suas soluções para superar momentos de dificuldade.
Sobre crise econômica e falta de oportunidades, uma receita: ação.
Sua sala no DN, sem luxo, por sinal, nem de longe lembra o prestígio que desfrutava por todo o Paraná. A mesma sala onde atendia governadores, senadores e outras grandes autoridades, era também testemunha do seu carinho por pessoas humildes e da paciência em atender crianças e estudantes a perguntar sobre a arte de fazer jornalismo numa região em desbravamento.
Na mesa de trabalho, a inseparável cuia de chimarrão, que gentilmente dividia com os partícipes.
Cidadão honorário do PR – “Uma emoção indescritível, uma homenagem incomum. Dá um calor a mais no coração da gente e faz acreditar mais na bondade dos homens”. Foi assim que, em 30 de maio de 2014, Euclides Bogoni sintetizou o sentimento por receber o Título de Cidadão Honorário do Paraná.
Frases do jornalista Euclides Bogoni
“Não existe jornal que não receba pressão”
“É uma profissão muito bonita em que o jornalista tem que se dedicar em tempo integral. Isto gera um desgaste intelectual muito grande. Mas, acima de tudo, é uma profissão que satisfaz e contribui para o desenvolvimento social”.
“Quando usávamos impressora plana, a impressão começava às 18h e terminava lá pelas 2h. Hoje a nossa impressora rotativa roda de duas a duas horas e meia por dia. O trabalho é bem rápido”.