REINALDO SILVA
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A Vigilância em Saúde pretende intensificar a fiscalização em imóveis de Paranavaí, a fim de identificar e eliminar focos de larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. A preocupação com o avanço da doença aumentou após a confirmação da primeira morte desde maio de 2021.
Com comorbidades associadas, a moradora de 63 anos de idade apresentou sintomas graves de dengue e buscou atendimento médico. Foi internada no dia 15 de julho na Santa Casa de Paranavaí e morreu no dia 19 do mesmo mês. O caso passou por avaliação técnica da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), sendo atestado esta semana.
O óbito entrou para as estatísticas do período epidemiológico concluído no dia 31 de julho – o novo ciclo começou no dia 1º de agosto. O calendário é estipulado pela Sesa e vale para todos os municípios.
Dados da 14ª Regional de Saúde indicam que de 1º de agosto de 2022 a 31 de julho de 2023 Paranavaí notificou 3.656 casos suspeitos de dengue, dos quais 929 foram positivados. Nesse recorte, a incidência de confirmações chegou a 952,77, valor que configura quadro de epidemia.
Durante o período epidemiológico, a Vigilância em Saúde atendeu 238 denúncias relacionadas à dengue e aplicou 156 notificações por situações de risco.
Conforme explicou o diretor Natan Tobias, a partir das notificações, os proprietários precisam regularizar a situação ou podem ser multados. A punição financeira também cabe em ocasiões consideradas mais graves. Entre 1º de agosto de 2022 e 31 de julho deste ano, foram 14 multas.
A legislação municipal estabelece o valor de R$ 400, dobrando a cada reincidência. De acordo com o diretor da Vigilância em Saúde, existe a possibilidade de fazer ajustes na lei para aumentar o custo.
Índice de infestação – Frequentemente os municípios levantam o índice de infestação do Aedes aegypti, processo conhecido como Lira. O mais recente, em julho, revelou a marca de 1,5 em Paranavaí. A pesquisa é feita em diferentes regiões da cidade e mostra a proporção de imóveis com focos do mosquito transmissor da dengue.
O Ministério da Saúde classifica os índices: menos de 1 representa baixo rico de epidemia; entre 1 e 3,9, médio risco; acima de 4, alto risco.
Em toda a Região Noroeste, três municípios apresentaram índice superior a 4, quais sejam, Planaltina do Paraná (4,7), Santo Antônio do Caiuá (4,5) e Santa Mônica (4,1).
Na linha mediana ao lado de Paranavaí aparecem Alto Paraná (1,4), Cruzeiro do Sul (2,1), Diamante do Norte (2,5), Inajá (3,4), Loanda (2,5), Marilena (2,1), Nova Aliança do Ivaí (1,4), Porto Rico (1,2), Querência do Norte (2,6), Santa Isabel do Ivaí (2,3) e Tamboara.
Com baixo risco de epidemia estão Amaporã (0,9), Guairaçá (0), Itaúna do Sul (0,6), Jardim Olinda (0), Mirador (0), Nova Londrina (0,6), Paraíso do Norte (0), Paranapoema (0,7), Santa Cruz de Monte Castelo (0,4), São Carlos do Ivaí (0,5), São João do Caiuá (0,8), São Pedro do Paraná (0) e Terra Rica (0,8).
A ressalva da Regional de Saúde é quanto aos municípios que apresentaram índice zero: a Região Noroeste tem características climáticas favoráveis à proliferação do mosquito transmissor da dengue, ou seja, dificilmente não há focos. Significa que pode ter havido algum ruído na comunicação dos dados.