De acordo com o instituto, esse tipo de estudo oferece uma base consistente para a elaboração de políticas públicas mais ajustadas às condições socioeconômicas dos produtores e às características ambientais, especialmente solo e clima, das diversas regiões paranaenses
A produção familiar predomina no cenário rural paranaense, com a existência de um elevado número destas propriedades, ampla dispersão no território estadual e, ainda, grande quantidade de mão de obra empregada. Também registra maior área e Valor Bruto de Produção (VBP). As informações constam em estudo da área de socioeconomia do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater), divulgado nesta quinta-feira (10).
Os dados estão publicados no boletim técnico “Sistemas de produção na agropecuária do Paraná: especialização e diversidade”, produzido pelo instituto.
O levantamento também detectou que as propriedades familiares vêm abandonando a diversificação e se especializando, com produção mecanizada de grãos, bovinocultura de leite, suínos e aves, entre outras. “Essa é uma característica da agricultura industrial e resulta da modernização da base técnica em curso no Brasil há quase meio século”, explica o pesquisador Dimas Soares Júnior.
Utilizando dados do Censo Agropecuário de 2017, os pesquisadores agruparam as propriedades em categorias de acordo com 10 grupos de atividades mais frequentes e, ainda, considerando seu grau de especialização. As atividades envolvem grãos, bovinos e tabaco.
“Por exemplo, há propriedades familiares amplamente diversificadas em 369 dos 399 municípios do Paraná, já aquelas especializadas em produção de leite estão presentes em 276 municípios”, detalha Soares. No estudo, a segmentação também é apresentada por mesorregiões dentro do Estado.
De acordo com Soares, a realização desse tipo de levantamento oferece uma base consistente para a elaboração de políticas públicas mais ajustadas às condições socioeconômicas dos produtores e, também, às características ambientais, especialmente solo e clima, das diversas regiões.
“É importante, inclusive, para envolver os próprios agricultores na identificação de desafios e potencialidades de uma região, de modo que a disseminação de inovações tecnológicas se dê em conformidade com os principais sistemas de produção”, ressalta o pesquisador.
Boletim – Além de Soares, são autores do boletim técnico o engenheiro-agrônomo Antonio Carlos Laurenti e o economista Gustavo Vaz da Costa, todos pesquisadores ligados ao IDR-Paraná.
A publicação é destinada a pesquisadores, professores e estudantes de ciências agrárias, além de profissionais da extensão rural, defesa agropecuária e que trabalham na orientação técnica de produtores.