O rio calmo vai formando correnteza
Vai molhando a natureza e as belezas do lugar
O passaredo revoando campo a fora
Gorjeando pra aurora faz a mata despertar
No céu sereno o sol em raios chamejantes
Vem surgindo atrás dos montes maravilha de se ver
E o arco íris faz moldura pra cascata
Refletindo a cor da mata abrilhantando o amanhecer
O arvoredo agreste parece que chora
Em sincronia com os ponteiros a bailar
O vento envolve com seu manto a mata a flora
Vai embalando qual criança pra ninar
E da encosta a água despenca das nascentes
Compondo véus prateados que em dispersão
Tornam-se chuva de orvalho reluzente
Que aparenta ser cortina pro sertão
A tardezinha é poente o sol recua
Reverente a deusa nua que vem para ornamentar
D´alvo celeste, branco ouro, prata pura
Que com o verde se mistura e faz noite de luar
Sou um sertanejo em meio a esse paraíso
De mais nada eu preciso a não ser agradecer
Ao pai celeste que criou essa riqueza
Concedeu-me a natureza como abrigo pra viver
*Chico Ramos é jornalista, ex-presidente e integrante da Academia de Letras e Artes de Paranavaí