REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br
O preço da arroba bovina teve queda de quase 30% desde o começo do ano até agora. É o que mostram os números da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), com base em cotações diárias feitas com produtores e frigoríficos da Região Noroeste.
Em 3 de janeiro, a arroba do boi custava R$ 280, caiu para R$ 265 no final de abril, chegou a R$ 240 em julho e fechou agosto em R$ 200. A redução é de 28,57%.
O preço da vaca também diminuiu. A arroba era comercializada por R$ 260 no começo de janeiro, baixou para R$ 235 em abril, R$ 210 em maio e R$ 205 em junho. No mês seguinte, julho, voltou ao patamar de R$ 210, mas houve nova queda em agosto e alcançou R$ 190. No quadro geral, considerando os oito meses, a variação foi de 26,92% para baixo.
Técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, Ênio Luiz Debarba explica que esse movimento do mercado se deve, entre outros fatores, à grande oferta de carne bovina. O produto “andou por patamares altos” e o consumo caiu. É bem verdade que os preços ao consumidor final estão mais acessíveis, mas ainda sem impactos importantes na cadeia produtiva.
Dados nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) complementam a avaliação do técnico do Deral. No primeiro trimestre de 2023 foram abatidas 7,34 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade foi 4,8% superior à abatida nos primeiros três meses do ano anterior.
Entre produtores e frigoríficos, a perspectiva é que os preços se mantenham abaixo de R$ 200 pelo menos até outubro. A partir de então, com a proximidade do fim de ano, o consumo de carne deverá voltar a crescer, o que empurrará os valores para cima – a chamada lei da oferta e da procura.
Confirmar essa projeção é fundamental para os pecuaristas, que têm registrado prejuízos em razão dos baixos preços da arroba bovina. Ao mesmo tempo, ração e insumos para manter os rebanhos seguem pesando nas contas dos produtores.
Nesta época do ano, considerada entressafra, a escassez de chuva deixa a pastagem em estado de dormência e é somente na primavera, com o fim da temporada seca, que a situação tende a se normalizar, trazendo alívio para os pecuaristas.