A pele em fogo e tal paixão gemente.
Alicerçada por um beijo antigo.
Serpeja a chama em rútilo fustigo
À paixão que evola, em volúpia quente.
De um falso afeto – o leito ao desabrigo-
Lençóis de espinhos forram o jazigo,
Reflexos sem luz do amor ausente,
A crestar asas, em queimor algente.
Sentir que uma paixão de outra emana,
Talvez loucura vã, vulgar de um ego,
A iludir a mente e um corpo cego.
Má urdidura é qual paixão sultana.
Senhor, ó meu Senhor, salva-a… Hosana!
E livra a cruz do corrosivo prego.