REINALDO SILVA
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A trajetória de Moacir Vinci foi interrompida muito cedo. Ele nasceu no dia 5 de maio de 1952 e ainda não tinha completado três anos de idade quando foi atingido pelo coice de um cavalo. Morreu em 14 de janeiro de 1955. Hoje, mais de seis décadas depois, a história ainda chama a atenção. “É um dos túmulos mais visitados. Dizem até que o menino faz milagres”, conta o administrador dos cemitérios de Paranavaí, Amílcar Pereira dos Santos. Sobre o jazigo, há brinquedos deixados pelos visitantes como homenagem à vítima.
Na próxima terça-feira (2 de novembro), Dia de Finados, mais de 30 mil pessoas deverão passar pelo Cemitério Central de Paranavaí e outras 5 mil são esperadas no Cemitério Parque Recanto da Saudade. Os números são maiores do que em anos anteriores. Em 2020, muitos não puderam visitar os túmulos de familiares e amigos, em razão das restrições de circulação impostas pela pandemia de Covid-19. O período de crise sanitária também foi marcado por grande número de óbitos: até a tarde de ontem, 307 moradores de Paranavaí morreram por complicações da doença.
Amílcar Pereira dos Santos informa que os visitantes terão acesso a álcool em gel logo na entrada dos cemitérios, assim poderão fazer a correta higienização das mãos. Além disso, o uso de máscara de proteção facial é obrigatório. Outra orientação é não deixar nos cemitérios embalagens e recipientes que possam acumular água, para que os cemitérios não se tornem criadouros do Aedes aegypti, mosquito que transmite dengue, chikungunya, zika e febre amarela. Flores são permitidas, naturais ou artificiais. Velas também.
Estão previstas cinco missas, durante o feriado, no Cemitério Central: 7h, 8h30, 10h, 15h e 17h. No Recanto da Saudade, serão três celebrações: 7h, 10h e 15h. De acordo com Amílcar Pereira dos Santos, nos dias 1º e 2 de novembro os portões serão abertos das 6h às 20h.
O administrador calcula que o Cemitério Central de Paranavaí tenha 38 mil pessoas sepultadas. Entre elas estão os familiares da professora Darci Maestre Polido. Ontem ela foi até lá para fazer a limpeza dos túmulos, preparando-os para o Dia de Finados. “É uma forma de demonstrar nosso carinho por aqueles que já se foram.” Ela faz questão de voltar ao local no dia 2 de novembro para levar flores e prestar as devidas homenagens. No Recanto da Saudade são mais 2.500 sepultamentos.
Nesta quinta-feira (28), terminou o prazo para construções e reformas nos cemitérios de Paranavaí. De acordo com Amílcar Pereira dos Santos, até hoje (29) ainda será possível fazer pequenos reparos. Serviços de pintura e limpeza serão permitidos até domingo (31).