DA UOL/FOLHAPRESS
Rodrigo Nestor, herói do título inédito do São Paulo na Copa do Brasil, deu detalhes sobre o que sentiu antes de marcar o gol do título
“Antes do jogo já estava muito emocionado, querendo chorar a todo instante. Estava sentindo que ia acontecer algo diferente. A família me ajudou nos dias difíceis que passei e me deixou mais forte. Nada mais justo que eles estarem comigo nesse momento. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginava. Quando cheguei em Cotia almejava isso, mas não imaginava que seria assim. Tudo está sendo perfeito”, disse Rodrigo Nestor em entrevista ao programa Jogo Aberto, da TV Band.
Momento difícil antes do gol decisivo: “Sou muito grato por tudo que passei, acho que serviu de aprendizado. Realmente passei por momentos difíceis, mas se precisasse passaria por isso de novo. Aprendi demais, estou muito feliz hoje, agora é focar nas coisas boas”.
Atuação na final: “A gente estava até comentando depois que não foi um dos nossos melhores jogos. Confesso que a gente ficou um pouco nervoso, não conseguimos pressioná-los e sair com a bola. Se você deixa o Flamengo jogar tendo a bola, fica mais fácil para eles. É um time de muita qualidade. A gente tinha isso em mente. No momento que a gente tomou o gol até fiquei um pouco tranquilo. Sentia que a atmosfera seria diferente do que aconteceu no ano passado. Quando saiu a falta, pedi ‘Deus, que a gente faça um gol antes de ir para o intervalo’. A bola sobrou e já estava na minha mente. Foi só encher o pé e comemorar”.
Pressão pelo título: “Quando começou o mês fomos eliminados para a LDU na Sul-Americana. Falei no vestiário ‘Gente, começamos o mês chorando, mas vamos terminar sorrindo’. Graças a Deus ele deu força para a nossa equipe. A gente trabalhou demais. Deu certo. Essa equipe sofreu muito. Foram duas derrotas em finais difíceis de superar até hoje. Que bom que deu certo, esse grupo merece demais”.
Jogo mais importante da campanha: Acho que todos os momentos foram importantíssimos. Bem no começo da competição enfrentamos o Ituano no Morumbi, fizemos um jogo ruim ainda com o Rogério como técnico. Aí a gente vai totalmente desacreditado para o jogo no Novelli Júnior. Ganhamos por 1 a 0 com gol do Wellington Rato, mas um jogo sofrido. Depois também tem o jogo do Sport que a gente ganha na Ilha do Retiro, e na sequência perdemos no Morumbi e passamos nos pênaltis. Ali mostrou que esse título era nosso. Se fosse um jogo normal, o São Paulo seria eliminado nos pênaltis pelo jogo que fez. Depois superamos Palmeiras, Corinthians, na final Flamengo.
Se tiver que listar um jogo (mais importante na campanha), seria São Paulo x Sport no Morumbi Rodrigo Nestor, ao Jogo Aberto
Efeito de Dorival no time: “É uma equipe que já jogava há um bom tempo junta. O Dorival veio, a gente estava meio desacreditado, e no primeiro dia ele falou que a gente ia chegar numa final de campeonato, e que todas as coisas pelas quais a gente passou iam resultar em algo diferente. Não deu outra. Sou muito grato por ele ter aparecido na minha vida, por ser meu treinador, e espero que ele possa continuar. Tenho muito a aprender ainda”.
Nova função tática: “Sempre quero jogar, estar em campo. Lógico que tem posições que você prefere, mas estou me encontrando ali. Não chego a ser um ponta-esquerda, minha função é vir para dentro para fazer superioridade no meio. Vem dando certo, quando ele conversou comigo disse que minhas características encaixavam no estilo de jogo, e estou aproveitando da melhor forma. Como a gente tem naquele lado um lateral muito ofensivo, não precisamos de ponta”.
Experiência do elenco: “É importantíssimo ter jogadores mais velhos, que já passaram por diversas situações na carreira. Sou grato por ter essas pessoas. Rafinha, James, Lucas, Miranda que já joguei junto, são jogadores que me passaram muita confiança. Esse momento que era provavelmente o mais difícil da minha carreira se tornou o mais feliz, por causa desses caras também”
Impacto dos torcedores: “A torcida tricolor é a mais popular do Brasil, isso eu tenho certeza. O que eles fizeram na nossa saída para o RJ foi loucura. Aquilo lá eu nunca vi. Tinha gente com camisa do São Paulo em todo lugar. Quem é de SP sabe a loucura que é o trânsito. Naquele dia, olhei para o lado e a Marginal estava toda parada. Comboio de motos perseguindo a gente, foi loucura. Ontem também uma festa linda. Nem nos meus melhores sonhos pensei que seria desse jeito”.
Primeiro grande título de jovens revelados em Cotia: “Diminui um pouco porque o clube saiu dessa fila, tem tudo para se reerguer agora financeiramente, que é o que está precisando. Esses caras, (Gabriel) Sara e Igor (Gomes), quando peguei o celular recebi mensagens lindas e fiquei até emocionado. São caras que torcem demais por mim, e eu torço demais por eles. Sei de tudo que eles passaram, sei da caminhada deles, e sei que eles terão muito sucesso ainda”, disse Rodrigo Nestor em entrevista ao programa Sportscenter, da ESPN.
Dedicatória especial ao pai: “Esse gol foi para ele, pelo aniversário dele. Um cara que sofreu demais comigo. Estava brincando ontem com a minha família que ele deu até entrevista. Estava muito feliz, nunca vi ele daquele jeito. Por ser aniversário dele esse gol foi para ele. Parabéns, pai”.
Papel de Fernando Diniz na trajetória profissional: “Sou muito grato ao Diniz, ele que me subiu ao profissional. Joguei pouco, mas fiquei um ano treinando, aprendi demais com ele. Não é a toa que chegou à seleção brasileira. E não basta só conhecer não (o Diniz), tenho que trabalhar no dia a dia, conquistar títulos para poder entrar no radar da seleção. Lógico que é um sonho, mas tenho que trabalhar bastante”.