A data 29 de setembro é reservada ao Dia Mundial do Coração. A iniciativa é um alerta para os cuidados com a saúde do órgão. São diversas as doenças e fatores de risco que comprometem o funcionamento do coração, como a hipertensão, as valvopatias, insuficiência cardíaca, colesterol alto, diabetes, obesidade e alguns tratamentos utilizados para tratar o câncer. Neste sentido, o Instituto Lado a Lado pela Vida, por meio da campanha Setembro Vermelho/ Siga seu Coração, promove a conscientização sobre a importância de cuidar adequadamente do coração.
Os males da hipertensão – Um dos principais fatores de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares é a hipertensão. Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que 30 milhões de brasileiros convivem com a pressão alta e as mortes ocasionadas pela condição aumentaram 72% nos últimos 10 anos. “A hipertensão não tratada corretamente aumenta as chances de um acidente vascular cerebral (AVC) e de um infarto. É um problema comum na população, mas que precisa ser combatido para diminuir os índices alarmantes de morte por doença cardiovascular”, alerta Ariane Macedo, cardiologista e membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida.
As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo. No Brasil, segundo dados do Sistema de Internação Hospitalar do Datasus, entre 2008 e 2022, o número de internações por infarto aumentou. Entre os homens, a média mensal passou de 5.282 para 13.645, alta de 158%. Já entre as mulheres a média saltou de 1.930 para 4.973, um aumento de 157%.
Colesterol alto e suas complicações – Um fator que contribui para o desenvolvimento das enfermidades cardiológicas é o colesterol alto. O alto índice do LDL, popularmente conhecido como o colesterol ruim, provoca a aterosclerose, que é o acúmulo de gordura e obstrução dos vasos sanguíneos. De acordo com pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 27% dos adolescentes brasileiros têm colesterol alto. Já os entre os adultos, o índice chega a 40%, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
“O combate ao colesterol alto é primordial para evitar o infarto, por exemplo. A adoção de hábitos saudáveis, como atividade física e incorporação de uma alimentação mais natural, rica em frutas, legumes e alimentos não industrializados, estão entre as principais formas de combater o problema”, explicou Ariane.
Valvopatias e suas características – Entre as doenças que prejudicam a saúde do coração estão as valvopatias, problema conhecido por boa parte da população brasileira. Segundo pesquisa do Instituto Lado a Lado pela Vida, mais da metade dos brasileiros (53%) já ouviu falar sobre as valvopatias, porém muitos desconhecem sua definição e características.
O problema cardiovascular é caracterizado pelo mau do funcionamento das válvulas cardíacas, que pode acarretar insuficiência cardíaca, por exemplo. São dois os principais fatores que podem causá-la: a febre reumática e o envelhecimento. A primeira causa está relacionada ao tratamento inadequado de uma infecção na garganta, de origem bacteriana, na infância e acomete, principalmente, os jovens em idade ativa. O segundo fator está ligado a calcificação e degeneração das válvulas causadas pelo avançar da idade.
“A principal forma de combater as valvopatias é a prevenção. A ida regular ao médico, a realização dos exames de rotina e a observação do histórico familiar são os cuidados principais. É importante também estar atento a sintomas como palpitação, dor no peito e fadiga”, pontua Ariane.
O que é cardiotoxidade? As terapias utilizadas no tratamento oncológico é outro fator que pode comprometer a saúde do coração. As toxinas liberadas pelos remédios podem aumentar os riscos de uma doença cardiovascular e as chances de morte. A cardiotoxicidade, nome dado aos problemas causados pela medicação para os carcinomas, é uma das complicações mais comuns quando o assunto é tratamento oncológico. Ela é capaz de provocar danos como lesões na musculatura do órgão, insuficiência cardíaca, infarto, hipertensão e arritmias.
O tipo mais comum capaz de causar danos ao coração é quimioterapia. Alguns quimioterápicos fazem com que o coração perca força causando insuficiência cardíaca, por exemplo. Entretanto, outras modalidades também podem ocasionar o surgimento de doenças no órgão. A radioterapia pode aumentar o risco de aterosclerose, placa de gordura nos vasos, que pode levar ao infarto.
“O acompanhamento de um cardio-oncologista é fundamental em todo o processo. O paciente deve ser acompanhado de perto por profissionais que darão atenção à saúde do coração para evitar complicações durante o tratamento. A realização de exames cardiológicos antes do início das terapias também é um procedimento que deve ser feito para minimizar o impacto e prevenir possíveis problemas”, finaliza a cardiologista.
Sobre – Fundado em 2008, o Instituto Lado a Lado pela Vida é a única organização social brasileira que se dedica simultaneamente às duas principais causas da mortalidade – o câncer e as doenças cardiovasculares – além do intenso trabalho relacionado à saúde do homem.