REINALDO SILVA
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A segunda etapa da campanha nacional de vacinação de rebanhos bovinos e bubalinos contra a febre aftosa começou na última segunda-feira (1º). Aproximadamente 78 milhões de animais com até dois anos de idade precisam ser imunizados na maioria dos estados brasileiros, exceto no Acre, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Rondônia, em Santa Catarina e em parte do Amazonas e do Mato Grosso, onde a comercialização e a aplicação de vacinas são proibidas.
Em anos anteriores, o Paraná realizava duas campanhas anuais de imunização contra a doença. A prática foi interrompida em 2019, um ano antes de o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) formalizar o reconhecimento do Paraná, para fins domésticos, como área livre da doença sem a necessidade de imunizar os rebanhos, pré-requisito para conquistar o status junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Supervisor regional da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Alisson Barroso explicou que desde 2020 os produtores paranaenses precisam fazer a atualização anual dos cadastros dos animais. O procedimento é obrigatório e o não cumprimento resulta em sanções administrativas e multas. No Noroeste do Estado, o índice de adesão chegou a 99%, superando a meta da campanha de 90%. O prazo para atualizar as informações se estendeu de maio a junho.
As informações compartilhadas pelos produtores permitiram conhecer a realidade de toda a região. Entre as principais atividades econômicas, os rebanhos bovinos somam 914.592 animais; bubalinos, 108; ovinos, 14.734; caprinos, 415; equinos, 14.343; asininos, 124; mulares, 1.031; e suínos, 11.473. Conforme destacou Barroso, a obrigatoriedade vale para todas as explorações, inclusive abelha e bicho-da-seda, exemplificou.
Fiscal de Defesa Agropecuária da Unidade Local de Sanidade Agropecuária (Ulsa) de Paranavaí, Clara Lídia Dal Prá falou sobre a importância de informar sobre qualquer evolução nos rebanhos: se houver nascimento, mudança de idade ou morte. Existe um formulário próprio para situações que não estavam na atualização, mas o procedimento não é obrigatório, ou seja, o produtor tem a possibilidade de esperar até a realização da próxima campanha, em 2022.
Área livre – Ao alcançar o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Paraná reforçou as medidas de controle sanitário. Foi preciso garantir o funcionamento efetivo dos 33 postos de fiscalização em locais estratégicos, especialmente nas fronteiras ao norte, com São Paulo e Mato Grosso do Sul, já que circulação de cargas vivas com origem em regiões que não atingiram o mesmo status é restrita.
O controle do trânsito é necessário para garantir que a produção de proteína animal do Paraná ganhe espaço no concorrido mercado internacional. Alguns países pagam mais pela carne de regiões com o reconhecimento oficial da eliminação da febre aftosa sem aplicação de vacinas.