Saulo de Tarso que, após sua conversão à Boa Nova, assumiu o nome de Paulo de Tarso, era destacado fariseu a serviço do Sinédrio, corte suprema da lei judaica.
Por sua apaixonada e intransigente defesa da fé mosaica, era respeitado e tido em alta conta entre seus patrícios.
Seu mestre, Gamaliel, o preparara para que o substituísse, logo mais.
Perseguidor dos seguidores de Jesus, a quem acusava de blasfêmia e de desvirtuar os ensinamentos de Moisés, assombrava-se com a serenidade dos discípulos do Homem da Galileia.
Eram homens simples e sem cultura. No entanto, professavam uma fé transbordante de amor e bondade, em antagonismo à sua própria fé, mais justiça que amor.
A caminho de Damasco, com intenção de prender seguidores do Nazareno, teve o encontro com Jesus, quase às portas da cidade.
Desde então, jamais foi o mesmo homem.
Abalado nas suas convicções, foi tomado por profundas dores ao constatar os vultosos equívocos cometidos na defesa da lei mosaica.
Abandonado pelos familiares, desprezado pelos amigos, vivenciou incontáveis sofrimentos físicos e morais. Tudo porque passou a defender a boa nova nascente, com o mesmo ardor que dedicara à lei de Moisés.
Confessou ter sido açoitado cinco vezes pelos judeus. Uma vez apedrejado. Sofrido três naufrágios.
Ter passado frio e fome.
Muitas vezes, ter estado em perigos de salteadores ou entre os gentios ou entre falsos irmãos.
Pouco antes de sua morte, prisioneiro em Roma, pela segunda vez, escreveu bela carta ao jovem Timóteo, que ele chamava de meu filho amado:
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora a coroa da justiça me está guardada.
* * *
E quanto a nós? Quantas vezes Jesus nos apareceu nas portas da nossa Damasco, convidando-nos a refazermos o caminho, irmos ao encontro das lições evangélicas, para a construção do reino de Deus em nossos corações?
Como deve ser esse bom combate que devemos fazer até encerrarmos a carreira da existência, guardando a fé?
Lutar o bom combate, a qualquer tempo, sempre será uma batalha solitária contra o orgulho e o egoísmo ainda presentes em nós.
Combatemos o bom combate no dia a dia da nossa existência, na gratidão pela vida a cada novo amanhecer, na alegria de viver, na cordialidade no trânsito, no trabalho bem feito, no respeito às leis.
E, especialmente, quando renunciamos a nós mesmos em favor dos nossos filhos e demais familiares. Ou dos menos afortunados que a Providência Divina coloca em nosso caminho.
Quando calamos havendo razão para discutir, quando perdoamos sem ressalvas.
Como um jardineiro de nosso campo interior, combatemos o bom combate podando as nossas más inclinações e adubando o solo dos bons sentimentos para que o amor floresça em nós.
Que possamos, enfim, como o apóstolo Paulo, ao aguardar o final de nossa existência, afirmar como ele o fez: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Parto de consciência tranquila tendo utilizado muito bem todos os meus dias.
Redação do Momento Espírita, com base na 2ª Epístola
aos Coríntios, cap. 11, versículos 24 a 28 e transcrição
da 2ª Epístola a Timóteo, cap. 4, versículos 7 e 8.
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