REINALDO SILVA
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O presidente da Sociedade Civil do Paraná (Socipar), Demerval Silvestre, foi a Brasília e conversou com deputados da bancada paranaense para tratar de assuntos estratégicos para o fortalecimento econômico. Também se reuniu com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que falou sobre a construção da ponte ligando Paraná e Mato Grosso do Sul. “O estudo de viabilidade já está sendo desenvolvido. Tenho certeza de que é um projeto que vai se tornar realidade.”
O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea) deve custar aproximadamente R$ 3,5 milhões. A estimativa é que os investimentos totais cheguem a R$ 350 milhões, recursos a serem aportados por Itaipu Binacional. De acordo com o presidente da Socipar, é possível que a autorização para a elaboração do projeto da ponte seja assinada até o final do ano.
Trata-se de uma obra importante, avaliou Demerval Silvestre, porque reduzirá 130 quilômetros do trajeto para quem viaja entre os dois estados. Atualmente, é preciso cruzar as fronteiras com São Paulo, passando, inclusive, por duas barragens hidrelétricas. A ponte ligará o Porto São José, no município de São Pedro do Paraná, a Taquarussu, em Mato Grosso do Sul.
Construída, a ponte sobre o Rio Paraná permitirá que 70% da produção agrícola que sai daquela região em direção ao Porto de Paranaguá seja transportada pelo Noroeste do Paraná. Entre os resultados esperados estão a redução de custos, a expansão da capacidade de exportação fluvial e a maior competitividade do setor produtivo dos dois estados.
O próximo passo, disse o presidente da Socipar, será a duplicação da BR-376, desde Paranavaí até Nova Londrina, o que otimizará ainda mais a logística de escoação de grãos. Essa etapa não está incluída no projeto de construção da ponte, mas, conforme análise de Demerval Silvestre, será inevitável, tanto quanto o asfaltamento de trechos da PR-577 e da MS-473.
A chamada de “Rodovia do Agronegócio” também será positiva para outros segmentos econômicos. O turismo regional será fortalecido, afirmou o presidente da Socipar, destacando que o Noroeste do Paraná é cercado por belezas que, sem dúvidas, atrairão visitantes de todo o Centro-Oeste do Brasil. No cenário pandêmico, setores público e privado estão priorizando investimentos para estimular viagens domésticas, especialmente aquelas que colocam os turistas em contato com a natureza.
Outras pautas – O ministro da Infraestrutura falou de outros projetos em andamento no Paraná. Sobre as rodovias federais que cruzam o Estado, afirmou que estão previstos recursos de R$ 44 bilhões para duplicar 1.783 quilômetros de pistas e construir 10 contornos rodoviários. A proposta será encaminhada ao Tribunal de Contas da União (TCU) ainda esta semana.
“A vida do paranaense vai ficar mais barata e ele vai sentir realmente o investimento acontecendo. Já temos muita coisa acontecendo hoje com Itaipu Binacional e acho que a ponte é só mais um passo que a gente vai dar”, disse Tarcísio Gomes de Freitas.
Para além das questões de infraestrutura, o presidente da Socipar tem buscado apoio no sentido de viabilizar o curso de Medicina em Paranavaí. Ontem mesmo se reuniria, ainda em Brasília, com representantes do Ministério da Educação (MEC) para apresentar a reivindicação. Outras lideranças da Região Noroeste participariam do encontro por transmissão de vídeo ao vivo.
Homenagem – No encontro com o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, o presidente da Socipar entregou uma homenagem em nome do grupo paranaense, classificando-o como “âncora do desenvolvimento brasileiro”, em razão dos amplos investimentos que tem proporcionado no setor de infraestrutura. “São obras importantes para o desenvolvimento de todo o país”, justificou Demerval Silvestre. Luciana Mançaneira, que também integra a Socipar, participou da conversa com o ministro e da entrega da homenagem.