REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br
O Aeroporto Edu Chaves, em Paranavaí, teve aproximadamente 250 registros de pousos e decolagens durante o mês de junho. Chegadas e saídas são frequentes, de oito a dez por dia, conta a servidora municipal responsável pelo controle, Dalva Lázaro. O ritmo poderia ser maior, se a capa de asfalto na pista e na área de manobra estivesse em condições mais adequadas. Atualmente, somente aviões de hélices podem aterrissar e levantar voo, os de turbina, não. O aeroporto ganha ainda mais relevância nos dias atuais, já que é o local de pouso dos aviões que trazem os lotes de vacina contra a Covid-19 para toda a região, de onde são redistribuídos para as cidades.
O secretário de Infraestrutura, Renato Dultra, afirma que um projeto de revitalização do Aeroporto Edu Chaves já foi protocolado junto à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), com intermédio do deputado estadual Tião Medeiros. A previsão é investir R$ 3 milhões. Entre as propostas estão o aumento da espessura e a aplicação de materiais mais resistentes no asfalto, possibilitando a movimentação de veículos maiores.
O assunto ganhou a atenção dos vereadores de Paranavaí. Recentemente, Luís Paulo Hurtado, Fernanda Zanatta e Valmir Trossini visitaram o aeroporto e conversaram com representantes da Administração Municipal sobre a necessidade de melhorias. Na ocasião, Trossini comentou que a cada aeronave que toca o solo, para embarque e desembarque ou mesmo para abastecimento, um valor é destinado aos cofres públicos. “E nossa demanda é grande.”
A avaliação de Fernanda Zanatta é que Paranavaí tem potencial para crescer. “Precisamos melhorar nosso acesso aéreo e trazer mais pessoas para nosso município.” Por isso, ela e Hurtado estão em busca de emendas parlamentares que garantam investimentos no Edu Chaves. “Vamos atrás de apoio e recursos”, disse ao Diário do Noroeste.
Economia – A vereadora explicou que, a princípio, não se fala em grandes voos comerciais, mas em intensificar o volume de chegada e saída de pequenos aviões que transportam empresários. Sugere que as mudanças nas condições físicas do aeroporto impulsionarão o turismo de negócios, fortalecendo a economia local.
Hoje, disse Fernanda Zanatta, muitas pessoas que precisam viajar até Paranavaí descem em Maringá, no Aeroporto Regional Silvio Name Júnior, e se deslocam para cá utilizando o transporte rodoviário. Se tivessem condições de pousar no Edu Chaves, teriam mais possibilidades de movimentar o setor de prestação de serviços e até mesmo o comércio da cidade.
O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Carlos Emanuel Rodrigues, fez uma avaliação semelhante à da vereadora. “O aeroporto é uma das principais portas de entrada de uma cidade.” Operando plenamente, “atrai mais investimentos para a indústria, o comércio, a prestação de serviços, porque o empresário sabe ‘lá tem aeroporto, tem como escoar minha produção, trazer pessoas para minha empresa’”, comentou.
Pelo aeroporto, continuou Rodrigues, chegam pessoas. “E pessoas vêm para trabalhar, empreender, montar indústria, visitar para turismo, fazer tratamento médico” ou até ir para uma cidade próxima. E arrematou: “Onde tem pessoas, tem negócios acontecendo”.
Voe Paraná – O Aeroporto Municipal Edu Chaves foi inaugurado no dia 14 de março de 1976 pelo então governador Jayme Canet Júnior, ao lado do prefeito Benedito Pinto Dias. O nome escolhido é uma homenagem a Eduardo Pacheco Chaves, herdeiro de uma tradicional família ligada à cafeicultura de São Paulo e apaixonado pela aviação.
O espaço sempre foi motivo de discussões quanto à necessidade de investimentos, mas os recursos aplicados na melhoria da estrutura física nunca fizeram o aeroporto de Paranavaí decolar entre os mais importantes e movimentados do Paraná.
Esteve fora das rotas comerciais por décadas, mas foi incluído no Programa Voe Paraná, lançado pelo Governo do Estado em 2019. O objetivo da iniciativa era encurtar distâncias entre as regiões paranaenses e a capital. O primeiro voo saindo de Curitiba até o município-polo da Região Noroeste foi no dia 23 de outubro e o deputado Tião Medeiros foi o primeiro passageiro.
Apesar das expectativas que o Voe Paraná levantou para garantir novos investimentos e o fortalecimento do transporte aéreo em Paranavaí, embarques e desembarques precisaram ser interrompidos pela falta de demanda, conforme explicou o secretário municipal de Infraestrutura, Renato Dultra: “Com a pandemia [no início de 2020], a procura diminuiu”.
Renato Dultra falou sobre as condições de infraestrutura do Aeroporto Edu Chaves
Foto: Divulgação
Fernanda Zanatta destacou que buscara apoio de parlamentares para conseguir recursos
Foto: Câmara de Vereadores
Carlos Emanuel Rodrigues avaliou a importância econômica do aeroporto para o município
Foto: Arquivo DN