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EFEITO AGRO TECNOLÓGICO

Interiorização do desenvolvimento

O agronegócio está contribuindo para acelerar a interiorização do desenvolvimento do Brasil. A afirmação, sustentada por dados que ele próprio pesquisou, é do engenheiro agrônomo, doutor em administração e colunista, o ex-deputado federal Xico Graziano. Ele participou, na segunda-feira (04/12), de reunião do Conselho Superior do Agronegócio (COSAG) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que contou ainda com uma apresentação do secretário de comércio e relações internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Roberto Perosa.

Segundo Graziano, que também é Mestre em economia agrária e professor de MBA na Fundação Getúlio Vargas (FGV), o agronegócio brasileiro está quebrando um paradigma, pois ao interiorizar o desenvolvimento do Brasil, melhora a qualidade de vida e os indicadores de desenvolvimento social.

“Já passou o tempo de dizer que o agro puxa para cima o PIB do Brasil. Precisamos comunicar, principalmente lá fora, como esse segmento da economia tem melhorado a condição de vida das pessoas. Se não conseguirmos comunicar isso, continuaremos a ter perguntas do ENEM focando no agronegócio aquela imagem antiga, defasada e irreal”, salientou.

Durante o encontro, Graziano detalhou estudo de sua autoria que evidencia o fato segundo o qual a expansão do agro tecnológico impulsiona melhora na qualidade de vida. As evidências indicam, conforme o estudo, seis principais tendências verificadas nos municípios agrícolas do país. Nos municípios de recente expansão do agro, envolvendo o chamado MaToPiBa – confluência dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, foco do estudo – o crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ocorreu de forma mais pronunciada que o verificado na média do Estado ou em municípios não agrícolas tomados como referência.

Já nos municípios agrícolas consolidados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, o IDH (2010) é superior à média estadual. Foram identificadas ainda melhorias no sistema do ensino fundamental dos municípios agrícolas que situaram seu IDEB (2021) acima da média estadual, bem como o aperfeiçoamento no sistema de saúde básica que gerou redução da mortalidade infantil nos municípios agrícolas, situando-os abaixo da média estadual.

Além disso, conforme o estudo, em todas as situações, o PIB per capita dos municípios agrícolas está em patamares muito acima das capitais dos Estados e de municípios não agrícolas de referência. Para se ter ideia, a expansão recente de agropecuária verificada na região do MaToPiBa a partir dos anos de 1990 elevou a área média dos estabelecimentos rurais sem, entretanto, causar sua redução absoluta, trazendo aumento na oferta regional de empregos.

Para Graziano, a força econômica do agro tecnológico está sendo capaz de criar um processo de pleno desenvolvimento econômico, social e humano pelo interior do país. “Temos vantagens importantes como extenso território de clima tropical e subtropical para produção agropecuária, fortes investimentos em tecnologia principalmente devido ao trabalho da Embrapa, abertura de mercados externos, eficiente política de crédito rural e fortalecimento das cooperativas”, concluiu.

Investir para dobrar a produção

Nessa mesma linha, o secretário Roberto Perosa destacou as excelentes condições naturais do território brasileiro para produção agrícola, alta produtividade devido à tecnologia de ponta, múltiplas colheitas por ano, participação expressiva no mercado internacional, respeito ao meio ambiente e grande potencial de expansão de forma sustentável.

Perosa destacou que a estratégia do Governo Federal, liderada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, é dobrar a produção brasileira e para isso, será preciso trabalhar com empresas públicas como a Embrapa. “Cerca de 80% atualmente são pequenos e médios produtores. Queremos impulsionar a produção e para tanto vamos investir cerca de US$ 120 bilhões em dez anos em segmentos como transferência tecnológica, com grande foco no Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, com operações de crédito com o produtor via Banco do Brasil e financiamentos pelo BNDES”, explicou.

Segundo Perosa, a pasta trabalha focada também em abrir novos mercados para a produção agrícola brasileira. Ele destacou que até o momento foram abertos 73 novos mercados para exportação da produção agropecuária brasileira em 11 meses de gestão.

Segundo dados do Ministério, a soja em grãos representa o maior volume de exportações do agro (35%). Já o milho representa 7% do que o agro exporta, açúcar 7%, farelo de soja 7%, carne de frango 6%, carne bovina 5%, celulose 5%, café 4%, carne suína 2%, óleo de soja 1% e demais produtos 21%.

Em sua fala, o presidente do Cosag da Fiesp, Jacyr Costa Filho, destacou a necessidade de o setor estar unido para avançar ainda mais e criticou a mensagem dissonante que o Governo passa para o exterior tendo separado o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

“Os inimigos são fortes. Quando eu vejo, por exemplo, o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, eu me pergunto quem, de fato, está falando pelo Brasil. Trata-se de um Brasil só. Uma agricultura só. Tem uma agricultura empresarial competitiva. É isso que dá a base para a agricultura brasileira”, salientou Jacyr.

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