IGOR SIQUEIRA E RODRIGO MATTOS
DA UOL/FOLHAPRESS
A Justiça publicou nesta segunda-feira (11) a decisão que oficializa a saída de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF e determina a realização de nova eleição na entidade em 30 dias úteis.
Quem comanda a CBF temporariamente é o presidente do STJD, José Perdiz.
A responsabilidade dele, segundo a Justiça, é realizar a eleição na CBF em 30 dias úteis. O prazo, então, vai bater na semana de 22 de janeiro.
Até a posse da diretoria eleita, Perdiz também ficará responsável por “pagar as despesas corriqueiras que permitam o funcionamento da entidade, como salários e afins”.
O presidente do STJD será intimado para assinar o termo de compromisso “o quanto antes”.
O UOL apurou que neste domingo (10) Perdiz voltou a Brasília, onde mora, mas deve voltar ao Rio para cumprir o rito previsto no acórdão da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
Por que a justiça mudou o presidente da CBF – A decisão de quinta-feira (7) foi invalidar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre CBF e Ministério Público do Rio (MP-RJ). Os desembargadores decidiram que o MP não tinha legitimidade para firmar o documento.
Como o TAC serviu de alicerce para a eleição, a decisão automaticamente invalidou o mandato de Ednaldo, assim como já havia ocorrido com o pleito que levou Rogério Caboclo ao poder.
Tudo o que aconteceu na CBF a partir de 2017, em termos eleitorais, ficou sem validade.
Aí, sem alguém para comandar, a solução encontrada pelo TJ foi nomear José Perdiz para conduzir o processo eleitoral em até 30 dias.
Cabe recurso ao STJ, em Brasília – Ednaldo, por outro lado, tem procurado não se afastar do comando da CBF, apesar do recesso da entidade ter começado.
O dirigente está se articulando para a hipótese real de disputar novamente a eleição da CBF, já que a decisão judicial não o tornou inelegível ou coloca qualquer obstáculo à atuação dele como dirigente.
A articulação da oposição – A decisão que derruba Ednaldo neste momento é o desfecho de uma mobilização da oposição ao dirigente que ganhou corpo recentemente.
Os tropeços da seleção brasileira foram o estopim para que nomes como Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero saíssem do ostracismo para criticarem publicamente a gestão Ednaldo. Ambos foram banidos pela Fifa por conta de acusações de corrupção.
Mas a oposição a Ednaldo é mais ampla do que a dupla banida. A questão agora é quem será o candidato que medirá forças com Ednaldo quando Perdiz convocar a eleição.
No momento, algumas federações estaduais preferem esperar os movimentos para se posicionar.