E a pena do jornalista correu pela imaculada folha tingindo-a com verdades, para deixar gravado no dia a dia por longo tempo os acontecimentos, os casos, os fatos, as expressões do cotidiano, as impressões pessoais e de terceiros no registro de histórias enquanto fraternalmente, entre colegas, a sua de bom profissional se registrava em silêncio e na cadência dos milhares de serões que a profissão e a edição diária do jornal assim exigia.
Da máquina de escrever ao computador, fez-se no silêncio parcimonioso a sua história de homem de personalidade reservada, de inteligência desbravada, aberta, clarificada pela lucidez das ideias e de sensibilidade própria de quem procurava se moldar à realidades dos fatos sem destorcê-los.
Nessa tarefa deixou vazar para os olhos dos leitores todo o seu intelecto, sua alma, sua voz interior, seus pensamentos e reflexões auxiliando a que o DN estivesse logo cedo nas bancas e nas varandas das residências independentemente se o tempo era de sol ou de chuva, se fazia frio ou calor, custasse o que custasse, para ser bem acolhido e bem lido tal qual é a vida de quem trabalha com vistas à obtenção do sustento.
Anteontem ele chegou ao fim do texto mais precioso que escreveu, a sua vida; e ali, no pé da página, apôs com a leveza das mãos e semblante calmo o último ponto final.
Por certo o Eterno o quis para mais próximo, talvez para compor seu grupo de comunicadores e irradiadores de fé.
Garanto que a contratação é das melhores, e Ele não se arrependerá.
Ao amigo Jorge Roberto Pereira da Silva, registro meu fraternal abraço de despedida com votos de boa viagem, boa receptividade e boa convivência no além, enquanto por aqui nos refrigeramos com sua grata lembrança.
Renato Benvindo Frata