(44) 3421-4050 / (44) 99177-4050

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Compartilhe:

ARTIGO

A paz possível

Mario Eugenio Saturno*

Uma reflexão para o Dia da Paz. A Universidade de Michigan divulgou uma entrevista com Shimri Zameret, um de seus cientistas que ensina e lidera uma pesquisa sobre o conflito palestino-israelense, governança global e resistência civil, além de ser também um ativista da paz israelita e sobrevivente de um ataque anterior do Hamas. Ele é casado com uma brasileira.

Ele afirma que a guerra Israel-Hamas é sintoma de um sistema disfuncional das Nações Unidas e do Conselho de Segurança. O sistema internacional de pós-guerra criado em 1945 não consegue lidar com os problemas globais do século 21: alterações climáticas, atrocidades em massa, pandemias globais e crises financeiras. A boa notícia é que podemos consertar isso.

Há muitos anos, pacifistas da Palestina e de Israel afirmam que a situação em Gaza é insustentável e, da forma mais horrível, isto se tornou um senso comum em todo o mundo. Isto faz com que também seja uma oportunidade para mudança, local e internacional.

Há décadas, Martin Luther King defendeu uma força policial internacional, uma partilha da soberania dos estados-nações e a criação de uma autoridade supranacional democrática. Além disso, precisamos de tribunais internacionais fortes e democráticos, de uma assembleia permanente de cidadãos globais baseada em eleições e de uma assembleia parlamentar das Nações Unidas. Precisamos criar mecanismos democráticos que permitam que os civis comuns de todo o mundo controlem essas instituições internacionais.

Os países ricos controlam o Conselho de Segurança e as operações de manutenção da paz, o FMI, o BIS, o Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde, porque o modelo de financiamento é condicional e voluntário, o que significa que os países ricos, por vezes empresas ou indivíduos ricos, dão dinheiro para estas organizações internacionais como uma forma eficaz de controlar a política. Assim, para serem independentes, as instituições precisam ter financiamento público independente.

É preciso acabar com a ditadura do veto. Na era pós-guerra, o Conselho de Segurança da ONU foi encarregado de manter a paz internacional. Ele, e só ele, pode autorizar o uso legal da força e sanções financeiras contra ameaças à paz internacional. Mas no conselho, cinco países superpotências, os EUA, a China, o Reino Unido, a França e a Rússia, podem vetar ou bloquear qualquer decisão. Precisamos retirar este poder de veto das superpotências e passar para o governo da maioria.

A última coisa é a ditadura do executivo. O fato de não haver parlamentares significa que as minorias não estão representadas nas instituições internacionais. Apenas os governos têm poder nas instituições internacionais. A ideia democrática da separação de poderes, tais como judicial, executivo e parlamentar, consiste em quebrar o poder político para proteger os cidadãos e criar pesos e contrapesos. No sistema pós-guerra, os governos e o poder executivo não são controlados, nada pode responsabilizá-los. Para Zameret devemos criar um mecanismo mais robusto e democrático para as Nações Unidas.

*Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

Compartilhe: