A dor é um sinal sensorial e emocional desagradável associado a danos reais ou potenciais. Ela é essencial, pois alerta o corpo sobre lesões, gerando respostas de defesa, no entanto, quando ela ocorre de forma excessiva pode prejudicar bastante a qualidade de vida do paciente, por isso, são necessários tratamentos para modular a dor.
Cada vez mais se tem entendido sobre os processos que desencadeiam as dores, e um dos principais tem sido a chamada memória da dor.
O que é a memória da dor?
De acordo com o médico neuro-ortopedista Luiz Felipe Carvalho, a memória da dor pode influenciar o aumento das dores no paciente com o passar do tempo.
“A memória da dor ocorre quando a mesma dor é frequentemente experimentada, como em crises de enxaqueca. Isso cria uma espécie de “caminho”, o que facilita a experiência futura da dor. Por exemplo, a plasticidade cerebral é afetada, tornando a dor mais fácil de ser sentida”.
“Tratamentos para enxaqueca não apenas aliviam a dor, mas também atuam na memória da dor, fechando esse ‘caminho’. Quanto mais tempo sem dor, menor a probabilidade de ocorrência futura. Cada dia sem dor contribui para diminuir sua frequência”, explica Luiz Felipe Carvalho.
As células-tronco e a memória da dor
Os tratamentos com células-tronco são importantes para interferir nessa memória da dor, pois “cortam” esses “caminhos”, afirma Luiz Felipe Carvalho.
“As células-tronco possuem fortes propriedades regenerativas que ajudam no tratamento de dores, promovendo a reparação e renovação de tecidos danificados. Isso ajuda a ‘cortar’ esses ‘caminhos’ da dor, fazendo com que os caminhos neurais moldados para facilitar a incidência da dor sofram interferência e percam a capacidade de estimular essa dor.”
“Por isso, cada vez mais as células-tronco têm sido usadas em tratamentos de dores, pois elas influenciam as dores em diversos fatores, não apenas reduzindo sua intensidade por atuar na causa da dor, como ajuda a reduzir a memória da dor”, explica Luiz Felipe Carvalho.