Luiz Carlos Amorim
E volto a falar de sebos, pois sou fã de deles. Sempre fui. São uma alternativa mais barata para que consigamos manter o hábito da leitura e já encontrei muitas preciosidades em sebos aqui em Floripa e em Lisboa também. Em Lisboa os sebos se chamam “Alfarrabistas”.
Pois me ocorreu um outro tipo de sebo, o sebo de praia. E existe isso? Pois então, existe, sim. Existe, porque existem pessoas abnegadas, amantes de livros, que fazem deles profissão, ganha-pão. E quando chega o verão, eles vão de mala e cuia – ou melhor, com a barraca e uma boa quantidade de livros – para a praia, oferecer variada opção de leitura para os veranistas.
Admiro essas pessoas, por levarem o livro a um lugar onde normalmente ele não seria encontrado e também por sacrificarem o seu verão trabalhando para que algum turista que esteja procurando por uma boa leitura, possa encontrá-lo sem ter que deixar a praia e deslocar-se até a cidade.
Sei que não é em toda praia que acontece isso, não sei exatamente quais delas contam com essa opção, mas aqui em Floripa, em um ou outra, podemos encontrar um cristão oferecendo livros.
É claro que eles não oferecem apenas livros, há revistas, quadrinhos, etc., como todo bom sebo, o que os torna ainda mais atrativos.
Acho ótimo que o sebo tenha chegado até a praia. Que a ideia sirva de exemplo e mais sebos nas praias de todo o nosso litoral, por todo o Brasil, apareçam e sejam prestigiados, porque não adianta existir o sebo se não comprarmos os livros que eles oferecem. Se não houver demanda, eles desaparecem. E precisamos valorizar toda iniciativa que venha para incentivar a leitura, que venha para colocar livros nas mãos de todo aquele que queira adquirir mais cultura, mais conhecimento, mais informação. A leitura nos faz viajar, pois ao recriarmos a ficção, passeamos por lugares verdadeiros ou imaginados que talvez não possamos visitar de outra maneira. Que venham os sebos praianos, que venham mais e apareçam em todas as nossas praias.
Qualquer iniciativa que privilegie a leitura, qualquer ação que coloque livros nas mãos de leitores em formação ou tenha a possibilidade de formar novos leitores é bem-vinda. A criatividade do brasileiro nesse sentido é grande e precisamos apoiar aqueles que se dedicam a incentivar a leitura. São ideias várias, de norte a sul do Brasil, e tenho o hábito de divulgar, porque bons projetos para melhorar a cultura de nosso povo, têm que ser conhecidos e multiplicados.
Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 43 anos de trajetória. http://Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
Comentários 0