Delivery para a morte
O Brasil (e acho que o mundo) vive o corre pela sobrevivência. Neste cenário, motociclistas se arriscam no trânsito para entregarem a comida no menor tempo possível, todas as noites, das estreladas até as chuvosas e frias. Quem dirige em Paranavaí sabe que o problema também é nosso. Entregadores fazem zigue-zague no trânsito, ganhando segundos entre os carros para que a sua comida (sim, a sua), chegue quentinha e dentro do prazo (quem, nunca reclamou da demora?).
Comida quente
O problema é que pela pressa de entregar e pela necessidade de ganhar o suficiente (o entregador lucra por encomenda, ou seja, só consegue sobreviver se cumprir a meta), arrisca a vida nas ruas. Eles descumprem as leis de trânsito, negligenciam a própria segurança e a de terceiros. Outro dia um amigo entregador disse que tira os filtros do escapamento da moto para fazer barulho proposital. Não é exibicionismo; é só para que os motoristas ouçam e depois vejam que está passando, abrindo caminho. Ora, o trânsito tem regras.
Solução
Numa visão idílica, inatingível, o ideal seria que cada restaurante tivesse o seu entregador, devidamente dentro das leis trabalhistas e que os estabelecimentos/clientes bancassem pelo menos a alimentação dos intrépidos sobre duas rodas. Na impossibilidade, espera-se que as gigantes do “delivery” se responsabilizem, humanizando os humanos. O corre custa caro para o País, pois, enquanto trabalham por uns trocados, os motociclistas se acidentam, deixam de ser produtivos e acabam no serviço público de saúde e sem condições de sustento das suas famílias. No dia da tragédia, eu e você vamos nos indignar: Por que não entregaram o meu pedido? O entregador está na Santa Casa. Rezem por ele.
Repercussão
Um leitor/assinante entrou em contato com o Diário do Noroeste nesta quinta-feira. Fez algumas observações sobre as notas da coluna. Concordou com a posição de políticos que tentam viabilizar a candidatura. Mas advertiu que o próximo prefeito deve assumir compromissos com o desenvolvimento econômico e social. O seu nome não será divulgado a pedido (sigilo da fonte). No entanto, acha inadmissível a cidade e o Noroestes aceitarem o pedágio sem duplicação. Também disse que Paranavaí precisa investir pesado na infraestrutura para atrair investimentos. Está feito o registro.
A manifestação de Bolsonaro
Se o Brasil está dividido entre Bolsonaristas e Lulistas (acho esse argumento pueril), teremos mais um embate neste domingo, 25. Bolsonaro, impulsionado por compadrios, fiéis seguidores e aliados de ocasião, espera uma multidão na Avenida Paulista, em São Paulo. Fiquei sabendo que haverá até reforço de paranavaienses.
Segue
Independentemente do detalhe noroestino, Bolsonaro quer turbinar a sua manifestação para ter um respiro por causa da enxurrada de denúncias que sofre no STF.
Lula
Se o ex-número um da nação vive um momento tenso, o atual não é diferente. Luiz Inácio Lula da Silva ainda paga o preço de declarações feitas no final da semana passada, na África, quando condenou o ataque israelense na Faixa de Gaza, usando termos exagerados, como se houvesse equivalência entre a resposta desproporcional de Israel ao ataque covarde dos terroristas do Hamas, em 7 de outubro de 2023, à famigerada intentona de Hitler. Lula não citou o holocausto, mas o efeito foi maior do que tsunami. Pagou para ver e deu errado. Fato é que esses dois temas: manifestação bolsonarista e derrapagem lulista dominaram o debate na semana.