REINALDO SILVA – reinaldo@diariodonoroeste.com.br
Dezenove anos e três meses de reclusão. Essa foi a pena imposta a Adelmo Ricardo Frois, condenado pelo assassinato de Cristiane Roberta da Silva Alves, de 42 anos, no dia 11 de setembro de 2023.
O feminicídio aconteceu no Jardim Central, em Paranavaí. Essa tipificação se aplica quando o crime é motivado por questões de gênero.
À época, a Polícia Militar informou ao Diário do Noroeste que a vítima fora atingida com duas facadas. Na sequência, o autor jogou gasolina na sala, ateou fogo na casa e fugiu, sendo capturado logo depois, a poucos metros do local.
O irmão de Cristiane, Marcelo da Silva, contou que ela possuía duas medidas protetivas em razão de ameaças e atos de violência praticados por Adelmo, ex-marido da vítima.
Preso em flagrante pelo feminicídio naquele 11 de setembro, ele confessou o crime.
A sentença foi definida pela juíza Stephanie Assis Pinto de Oliveira em julgamento realizado na última quinta-feira (8) no Fórum da Comarca, sob entendimento de que o feminicídio foi premeditado, considerando as ameaças que fez a Cristiane.
A mesma avaliação coube em relação ao incêndio provocado por Adelmo, de que premeditou o ato, já que levou a gasolina armazenada em uma garrafa até o local.
Pela decisão judicial, ele deverá cumprir reclusão de 14 anos e sete meses pelo assassinato e quatro anos e oito meses por atear fogo na casa e, assim, impedir o socorro à vítima.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2023 bateu o recorde de feminicídios no país, com 1.463 registros, maior número desde 2015, quando teve início a série histórica, após a tipificação do crime no Código Penal Brasileiro.