O R-20 é um órgão consultivo com foco na implantação regionalizada da Política Nacional de Resíduos Sólidos e do Plano Estadual de Resíduos Sólidos. A reunião teve como foco a logística reversa, mas apresentou também questões envolvendo legislação e estratégias de comunicação para educação ambiental
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), em pareceria com a Escola de Gestão do Paraná, realizou nesta quinta-feira (7) a 18ª Reunião Ordinário da Grupo R-20, em Curitiba. O evento recebeu 149 representantes de municípios e contou também com transmissão online simultânea.
O R-20 é um órgão consultivo com foco na implantação regionalizada da Política Nacional de Resíduos Sólidos e do Plano Estadual de Resíduos Sólidos. A reunião teve como foco a logística reversa, mas apresentou também questões envolvendo legislação e estratégias de comunicação para educação ambiental.
O secretário Valdemar Bernardo Jorge abriu o encontro reforçando a importância do trabalho conjunto para o cuidado com o meio ambiente e agradeceu a presença dos prefeitos e representantes dos municípios. “É ali onde os problemas precisam ser resolvidos. É com essa união entre prefeituras e Estado que a gente vai parar de simplesmente enterrar lixo e fazer uma gestão adequada de resíduos sólidos para cuidar do meio ambiente”, afirmou.
A diretora da Escola de Gestão do Paraná, Aline Albano Justus, destacou a importância da capacitação para os municípios encontrarem as melhores soluções para cada realidade. “Estamos falando em melhoria na gestão de resíduos e não tem como falar disso sem falar em capacitação. Mostramos exemplos sólidos que estão acontecendo dentro de pequenos municípios e que podem ser replicados. Isso é fundamental”, disse.
Aline afirmou que o objetivo é expandir o eixo de educação ambiental dentro da Escola de Gestão durante o ano de 2024. “Queremos, em parceria com a Sedest, disponibilizar cursos online em nossa plataforma para que as pessoas possam se capacitar e ampliar o leque de informações, a fim de que possamos replicar boas práticas ambientais”, complementou.
CASE DE SUCESSO
Durante a manhã, os participantes receberam a visita das mascotes de educação ambiental da Prefeitura de Campo Largo, que animaram a plateia. Esse foi um case de sucesso apresentado pelas servidoras Gabrielle Aymeê de Medeiros Khan e Alessandra Carvalho, que ajudaram na reformulação da identidade visual das campanhas de coleta seletiva do município.
Campo Largo iniciou a coleta seletiva em 2006 e havia criado, por meio de um concurso escolar, uma mascote chamada Reciclão para ajudar nas campanhas de divulgação e de educação ambiental. Com mudanças na cadeia de reciclagem foi necessário uma reformulação, que ocorreu com uma pesquisa junto à população e ações de engajamento nas redes sociais. Assim nasceu a família ECO.
“A ideia foi criar uma família em que cada personagem representa uma parte da coleta: temos a mãe que se chama Biagradável, representando a compostagem, o Natureco, os recicláveis, e o Rejeitinho, que é o menor, representa os resíduos que não podem ser reciclados ou levados à compostagem, além da Priscilha, que representa os resíduos especiais e perigosos, a personificação da logística reversa”, destacou Gabrielle.
Também foram apresentados o Programa Municipal de Educação Ambiental contido no Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos de Londrina e o encerramento do antigo lixão em Foz do Iguaçu.
CONTABILIZAÇÃO DE RESÍDUOS
No período da tarde, o coordenador de Gestão Econômica e Territorial da Sedest, Filipe Dalboni, apresentou aos municípios o painel de informações desenvolvido pela equipe da pasta para ajudar na avaliação das políticas públicas em RSU.
Ele também reiterou a importância dos municípios estarem em dia com os prazos legais de preenchimento da Plataforma Contabilizando Resíduos. Eles têm até 31 de março de 2024 para o preenchimento do Módulo RSU da Plataforma.
“Há a necessidade de fazer o cadastro individual de quem vai operar a plataforma e vincular essa pessoa ao município. Esse cadastro deve ser analisado e aprovado pela Sedest. Por isso, é importante que o município o faça quanto antes”, destacou.
Após a cadastramento, a coordenadoria pretende oferecer uma formação aos municípios com dificuldades no uso da plataforma, para o preenchimento adequado do módulo RSU e, assim, obter dados mais fidedignos”.
LOGÍSTICA REVERSA
Ainda foram apresentadas informações e cases de logística reversa de entidades como Yattó, IBER, Reciclus, Reciclanip InPev, além das deliberações necessárias às próximas ações do grupo, que deverá se reunir novamente em maio deste ano.
“O Paraná é o único estado que tem uma organização bem-sucedida de municípios. O R-20 dá uma agenda muito consistente que traz resultados concretos no curto prazo”, afirmou Amanda Vieira Queiroz Schneider, diretora Executiva da IBER. A entidade é responsável pelo acompanhamento e comprovação de logística reversa de baterias de chumbo ácido de aproximadamente 75% do mercado de baterias, com 500 empresas associadas em todo o Brasil.
Schneider também ressalta a importância de encontros como para uma implantação adequada da Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Há muita comunicação entre municípios, estado e Ministério Público para que as coisas aconteçam de forma alinhada”, pontuou.