No Dia Internacional das Florestas, celebrado nesta quinta-feira (21), o Paraná comemora um novo indicador de controle do desmatamento ilegal da Mata Atlântica. Relatório da Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com a Arcplan e o MapBiomas revela que o Estado reduziu em 59% a supressão vegetal entre setembro e outubro de 2023 no comparativo com o mesmo período do ano passado. Passou de 384 hectares para 158 hectares desflorestados. O índice é o terceiro melhor do País no período, atrás apenas de São Paulo (77%) e Rio Grande do Sul (76%), e superior à média nacional (42%).
O novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, divulgado neste mês, reforça levantamentos recentes que indicam a diminuição do desmatamento do bioma no Paraná. Também de acordo com o SAD, a supressão vegetal caiu 64% entre janeiro e agosto do ano passado no comparativo com o mesmo período de 2022. A organização vai fechar nos próximos meses os números consolidados de 2023.
Outra pesquisa, desta vez do Instituto Água e Terra (IAT), órgão ambiental do Governo do Estado, mostrou que a queda do desmatamento ilegal da Mata Atlântica alcançou 71,5% entre 2022 e 2023, passando de 4.037,83 hectares para 1.150,40 hectares. O levantamento é do Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI), com base nos alertas publicados pela Plataforma MapBiomas, uma iniciativa do Observatório do Clima.
Para Everton Souza, diretor-presidente do IAT, a redução está diretamente ligada à política de meio ambiente implementada a partir de 2019. As ações estão direcionadas para fiscalização, repressão, educação e incentivo ao uso da tecnologia como aliada dos profissionais do IAT.
“O Paraná fez do combate ao desmatamento ilegal uma obsessão, se tornou ainda mais vigilante, e assim conseguimos salvar muitas florestas. Mas não estamos completamente satisfeitos. Queremos e vamos melhorar ainda mais esses números. Aqui no Paraná a tolerância com o desmatamento ilegal é zero”, afirmou.
ÁREA VERDE – Paralelamente, o órgão ambiental estadual segue intensificando ações de reflorestamento. Levantamento preparado pelo Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do IAT, com base em dados de 2021 do MapBiomas, revelou que o Paraná teve um aumento significativo de cobertura florestal natural nos últimos anos. Passou de 54.856 km² em 2017 para 55.061 km² em 2022, uma diferença de 205 km², o equivalente a uma área de 20,5 mil campos de futebol.
O Paraná foi o único estado do Sul do País com aumento de cobertura vegetal no período. Santa Catarina reduziu a vegetação de 40,4 mil km² para 39,6 mil km² de 2017 a 2021. Já o Rio Grande do Sul passou de 27,9 mil km² para 27,7 mil km² no mesmo período. Em Santa Catarina houve um declínio constante da área verde desde 1985, com aumento entre 2010 e 2015, mesma realidade do Rio Grande do Sul, que observou uma pequena mudança de cenário entre 2012 e 2018.
A ampliação da cobertura de Mata Atlântica está diretamente relacionada com a distribuição e o plantio de mudas de espécies nativas. O IAT entregou 1.850.427 mudas no ano passado em todo o Estado, um incremento de 6% em relação a 2022 (1.741.868). Esse foi o maior volume de distribuição desde 2019, quando o programa Paraná Mais Verde foi implementado pelo Governo do Estado.
Nos últimos cinco anos, o projeto paranaense superou a marca de 9,3 milhões de plantas, o equivalente a 8,3 mil hectares – ou 8,3 mil campos de futebol de restauração florestal. A perspectiva, ao manter a média, é que o Paraná alcance 10 milhões de mudas distribuídas ainda neste semestre.
“Considerando a demanda crescente, antecipamos o cronograma. Acredito que até junho alcançaremos esse número de 10 milhões de mudas”, afirmou o gerente de restauração ambiental do IAT, Mauro Scharnik.
COMO SOLICITAR – Os interessados podem solicitar mudas por meios digitais, como o aplicativo Paraná Mais Verde, disponível na Play Store (modelos Android) e na App Store (modelos iOS).
Ao fazer o pedido para até 100 mudas/ano, o requerimento é aprovado automaticamente e as plantas poderão ser retiradas diretamente no viveiro escolhido. Basta ligar para a unidade do IAT para agendar quando buscar.
Para mais de 100 mudas, o requerimento seguirá para análise e aprovação de um técnico do IAT. O requerente poderá acompanhar a solicitação e será informado quando for aprovada. Após a liberação, pegará as mudas no viveiro selecionado.
É possível, também, registrar a solicitação através do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). É um caminho que permite aos usuários a requisição de mudas nativas e consultas relacionadas ao requerimento feito pela internet através do endereço www.sga.pr.gov.br.
Após a solicitação, o pedido passará por uma análise do IAT. Caso seja aprovado, será encaminhado um e-mail ao requerente, com as informações do local de retirada das mudas e a documentação necessária.
COMO AJUDAR – A denúncia é a melhor forma de contribuir para minimizar cada vez mais os crimes contra a flora silvestre. O principal canal do Batalhão Ambiental é o Disque-Denúncia 181, o qual possibilita que seja feita uma análise e verificação in loco de todas as informações recebidas do cidadão.
Quem pratica o desmatamento ilegal está sujeito a penalidades administrativas previstas na Lei Federal nº 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais) e no Decreto Federal nº 6514/08 (Condutas Infracionais ao Meio Ambiente).
Fonte: AEN