REINALDO SILVA
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A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) está notificando produtores da Região Noroeste que ainda não fizeram a atualização dos cadastros de rebanhos bovinos e bubalinos e de outros animais. A partir do dia 15 de julho, aqueles que não tiverem concluído o procedimento serão autuados. A multa, alerta o supervisor regional da Adapar, Alisson Barroso, pode ultrapassar R$ 1.000 por exploração dentro da propriedade rural.
Até quinta-feira (8), as atualizações totalizavam 97,2% das criações de bovinos, equinos, suínos e ovinos. Para chegar até os outros produtores e chamar a atenção sobre a importância do cadastro, a equipe da Adapar tem feito busca ativa. A maioria é de pequenas propriedades, com número reduzido de animais, informa Barroso.
O supervisor regional destaca a necessidade de concluir os procedimentos: “A atualização gera informações para dar suporte e rastreabilidade se houver praga ou alguma doença se espalhar pelos rebanhos da região. Fica mais fácil identificar a origem e os animais contaminados e evitar a disseminação”.
Ele lembra de outro aspecto fundamental: o Paraná conquistou o status de área livre de febre aftosa sem vacinação. A confirmação internacional aconteceu em maio deste ano e a manutenção depende da verificação constante das condições sanitárias dos rebanhos em todo o Estado, especialmente dos animais suscetíveis à doença: bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos.
Só para dar uma ideia, a estimativa é que bovinos e bubalinos somem, em todo o Noroeste do Paraná, aproximadamente 970 mil animais. Em todo o Estado são mais de 9 milhões. Todos precisam ser cadastrados independentemente da idade, e a Guia de Trânsito Animal só é emitida após a atualização.
Área livre – Em anos anteriores, a Adapar realizava duas campanhas de vacinação contra a febre aftosa, uma em cada semestre. A prática foi interrompida quando, em 2019, um ano antes de o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) formalizou o reconhecimento do Paraná, para fins domésticos, como área livre da doença sem a necessidade de imunizar os rebanhos. Era pré-requisito para conquistar o status junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Foi preciso investir na estrutura de fiscalização e reforçar as medidas de controle sanitário, por exemplo, no trânsito de animais dentro do Estado. Outra mudança foi o fechamento das divisas estaduais para a circulação de cargas vivas com origem em regiões que não atingiram o mesmo status.
O controle estrito é necessário para garantir que a produção de proteína animal do Paraná ganhe espaço no concorrido mercado internacional. Alguns países pagam mais pela carne de regiões com o reconhecimento oficial da eliminação da febre aftosa sem aplicação de vacinas.
Atualização – O prazo para atualizar os cadastros terminou no dia 30 de junho, mas a Adapar oferece um período de mais 15 dias com o intuito de permitir que todas as informações sejam lançadas no sistema de controle sanitário. Por isso, os produtores ainda têm mais uma chance de concluir o procedimento, ou seja, 15 de julho.
Para fazer a atualização, é necessário ir até o escritório da Adapar ou a uma unidade de atendimento municipal e solicitar o formulário. O documento deve ser preenchido, assinado e devolvido no mesmo local. Outra opção é acessar o site da Adapar (www.adapar.pr.gov.br) e realizar o processo online. Nesse caso, a atualização é imediata. Cada espécie criada na propriedade rural requer uma atualização específica, alerta Barroso.