O mercado físico do boi gordo registrou aumento nos preços pagos pela arroba na primeira semana de abril. De acordo com o analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias, os pecuaristas cadenciaram o ritmo dos negócios, retendo o gado por mais tempo no campo, aproveitando as condições ainda favoráveis das pastagens.
“Essa estratégia adotada pelos pecuaristas provocou um encurtamento das escalas de abate dos frigoríficos, fazendo com que as indústrias tivessem de elevar os preços pagos na compra de gado”, diz.
Segundo Iglesias, a tendência é de que haja espaço para novos aumentos nos preços nos próximos dias, uma vez que as perspectivas apontam para a continuidade das chuvas, especialmente na região Norte do Brasil.
Atacado
O mercado atacadista apresentou preços firmes no decorrer da semana e o ambiente de negócios sugere a continuidade desse movimento no curto prazo, em linha com a entrada dos salários na economia, motivando a reposição entre o atacado e o varejo.
Iglesias lembra, porém, que a carne de frango ainda conta com a preferência de uma importante parcela da população brasileira, em especial as famílias que têm uma renda entre um e dois salários mínimos, o que pode acirrar a concorrência entre as proteínas.
O quarto traseiro do boi subiu 3,80% ao longo da semana, passando de R$ 17,10 para R$ 17,75 por quilo. O quarto dianteiro do boi foi cotado a R$ 13,40 por quilo, avanço de 1,52% frente aos R$ 13,20 praticados na semana passada.
Exportações
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 753,322 milhões em março (20 dias úteis), com média diária de US$ 37,666 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 166,327 mil toneladas, com média diária de 8,316 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.529,10.
Em relação a março de 2023, houve alta de 25,9% no valor médio diário da exportação, ganho de 33,7% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 5,9% no preço médio
Fonte: Canal Rural