Os Transtornos Alimentares (TA) são transtornos de saúde mental caracterizados por um comportamento persistente relacionado com o consumo de alimentos, e podem prejudicar a saúde física e psicológica de crianças e, principalmente, de adolescentes e adultos jovens.
A partir de dados obtidos em estudos realizados em 16 países, entre eles o Brasil, encontramos uma prevalência global de 22,4% de possíveis casos de Transtornos Alimentares (TA) na população. Embora os TA estejam presentes em ambos os sexos, a prevalência desse transtorno é maior em meninas (30%) que em meninos (17%).
Podemos observar que a maior proporção de casos de TA nos estudos incluíram crianças e adolescentes com maior média de índice de massa corporal, o que indica que esses transtornos estão associados com o excesso de peso corporal.
Os dados são alarmantes, um em cada cinco jovens de 6 a 18 anos apresenta algum tipo de desordem alimentar. Se não tratado, o quadro pode levar a distúrbios como bulimia, anorexia nervosa e transtorno de compulsão alimentar, além de outros transtornos na vida adulta.
Não existem estimativas precisas, mas há motivos suficientes para considerar que os TA são subdiagnosticados, o motivo pode ser por comportamentos como a vergonha, medo ou falta de informação adequada.
Por isso, é importante reforçar a necessidade de que pais, responsáveis, profissionais da educação, além dos profissionais de saúde, mantenham-se constantemente atentos quanto à ocorrência e persistência de comportamentos incomuns relacionados com a alimentação, como ter preocupação excessiva com o peso e a imagem corporal, comer compulsivamente até se sentir desconfortável, comer sozinho ou escondido, fazer dietas com frequência, induzir vômitos ou tomar laxantes após as refeições, entre outros.
A ocorrência eventual de algum desses comportamentos não necessariamente significa que a pessoa tenha um Transtorno Alimentar, mas se ele ocorre repetidamente e a criança ou adolescente tenta ocultá-lo, é importante informar ao pediatra ou médico responsável para que essa possibilidade seja investigada.
O mais indicado, nestes casos, é buscar orientação psicológica para trabalhar os comportamentos relacionados à comida, além de acompanhamento médico e nutricional, e atividades físicas.
Fonte: López-Gil, J. L.; García-Hermoso, A.; Smith, L.; et al. Global Proportion of Disordered Eating in Children and Adolescents: A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA Pediatrics, 2023.
INSTAGRAM: @crisletmoreira
WHATSAPP: 44 9 9121-4725