Semeando nosso amanhã
Conta-se que, um dia, Sócrates acompanhou sua mãe para ajudar em um parto complicado.
Vendo-a realizar o trabalho, filosofou: Minha mãe não irá criar o bebê. Apenas o ajudará a nascer e tentará diminuir a dor do parto.
Se ela não tirar o bebê, logo ele irá morrer, e igualmente a mãe morrerá!
Dessa forma, concluiu que ele também era um parteiro. O conhecimento está dentro das pessoas que são capazes de aprender por si mesmas. Porém, dizia, eu posso ajudar no nascimento deste conhecimento.
É por isso que criou o método de ensino, conhecido como maiêutica, que significa dar à luz, parir.
Acreditava o filósofo que a verdade está latente em todo ser humano, podendo aflorar aos poucos, à medida que este responde a uma série de perguntas simples, porém inteligentes.
Assim, o seu método buscava, num primeiro momento, levar o interlocutor a duvidar do seu próprio saber sobre determinado assunto, revelando as contradições presentes em sua forma de pensar, normalmente baseadas em valores e preconceitos sociais.
Depois, conduzia a pessoa a vislumbrar novos conceitos, novas opiniões, estimulando-a a pensar por si mesma.
Como precisamos disso na atualidade! Despojarmo-nos de preconceitos, de certos modismos que propõem como se deve pensar, como se deve entender a Humanidade em geral.
Muito importante que tenhamos humildade para assumir que o que sabemos não é o todo, sobre qualquer assunto. Importante nos abrirmos para ideias renovadas, para conceitos mais elevados do que o simples terra a terra.
Enquanto ficamos discutindo se devemos nos servir deste ou aquele vocábulo para designar uma raça, por exemplo, alguém, ao nosso lado, padece de fome e dor.
Enquanto nos preocupamos com a cor que devemos vestir porque pode revelar ou significar nossa adesão a um ou outro partido político, alguém chora sozinho, na casa ao lado da nossa.
Enquanto estacionamos ouvindo as reclamações dos que não simpatizam com nossas ideias, com nossa vontade de fazer, a necessidade avança nas calçadas do nosso bairro.
Permitamo-nos encharcar por ideias positivas.
Ante os acontecimentos lamentáveis que são descritos pela mídia, todos os dias, não acreditemos que o futuro da Humanidade será sombrio.
Jamais houve tantas manifestações de solidariedade, de amor ao próximo quantas descobrimos na atualidade.
Somente não se tornam manchete de última hora porque quem está envolvido na semeadura das bênçãos não está preocupado em aparecer no noticiário.
Disciplinemo-nos para ouvir e ver menos, em número de horas, o material deprimente do rádio, da TV, das redes sociais.
Ele nos deprime e promove angústias.
Diluamos as camadas de negatividade que nos atormentam.
Cultivemos ideias generosas, vibrações positivas, vontade de fazer algo para o bem comum, que pode ser simplesmente manter o asseio do nosso terreno, evitando a proliferação de pragas que atacam a coletividade.
Façamos o bem por menos significativo que nos possa parecer.
Ele é bom para todos.
Reservemos campo mental para o que desejamos ser amanhã, começando hoje, no agora.
Redação do Momento Espírita
Em 24.5.2024
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