Igor Mateus e Cibele Chacon
João Corrêa, ex-goleiro do Atlético Clube Paranavaí (ACP), começou sua carreira no futebol muito cedo, iniciando no Colorado, time de Curitiba que se fundiu com o Pinheiros no final dos anos 80 para formar o Paraná Clube. Em 1992, ele foi emprestado ao ACP e essa mudança se mostrou decisiva tanto para sua carreira quanto para sua vida pessoal.
Ao chegar a Paranavaí, João rapidamente se destacou. Em sua primeira temporada, ele foi o goleiro menos vazado do campeonato, ajudando a transformar a imagem dos jogadores na cidade. “Marcamos positivamente a cidade, que antes tinha uma visão negativa dos jogadores”, explicou.
João jogou cinco temporadas pelo ACP, além de passagens por times do interior de São Paulo e Francisco Beltrão. Em 2003, ele foi vice-campeão paranaense pelo ACP como goleiro reserva e, no ano seguinte, jogou pela Copa do Brasil como titular. Durante essa trajetória, João fixou residência em Paranavaí, casou-se e constituiu família.
A transição do futebol para o ramo empresarial não foi fácil. “A primeira vez que fiquei no banco em 2003, mesmo sendo vice-campeão paranaense, ligou o alerta,” conta João. A decisão de deixar o futebol foi difícil, principalmente porque ele pensava que seguiria trabalhando na comissão técnica. “Em 2007 eu tive uma proposta de trabalhar na comissão técnica em Paranavaí e eu me decepcionei com os valores, achei uma falta de respeito muito grande, plantei muitas coisas e achei que o fruto não seria esse. Aproveitei a oportunidade e acelerei a área em que já estava trabalhando e mudei a mentalidade do futebol para empresário”, disse.
Sobre o atual momento do ACP na Série B do Campeonato Paranaense, João destaca a importância do investimento financeiro. “O futebol é dinheiro, se tiver com grande patrocinador, pessoas sérias envolvidas, vai. Para ter um time competitivo, o financeiro tem que estar bem,” afirma ele, expressando otimismo sobre o futuro do clube.
Apesar de não costumar frequentar estádios desde que aposentou as luvas, o ex-goleiro deve ocupar as arquibancadas em breve. Para o último jogo da primeira fase, contra o Paraná Clube, João planeja assistir a partida com sua esposa, revivendo os anos 90 quando jogava pelo Paraná, mas agora torcendo pelo ACP. “Como estou em Paranavaí, acabo torcendo para o ACP para que ele vença e se classifique.”