A causa da obesidade é complexa e multifatorial. Para cada pessoa é necessário levar em conta diversos fatores:
Demográficos: idade (aumenta com o passar dos anos, estabiliza aos 50 e começa a reduzir); sexo (incidência maior em mulheres); raça (mais frequente em mulheres negras do que brancas, adolescentes negras, seguida das latinas e brancas).
Socioculturais: renda familiar e nível de escolaridade (mais frequente em classes sociais mais baixas e de menor escolaridade) e estado civil (mais prevalente em casados).
Filogenéticos: História da evolução do homo sapiens; paladar humano (preferência pelo doce e gordura e recusa ao amargo).
Biológicos: genéticos – 24 a 40%; um dos pais com obesidade – 30%; os dois pais obesos – 70% e nenhum dos pais obesos – 13%. Gravidez – grande fator de risco para mulheres (50% das mulheres com obesidade relacionam obesidade à gestação e pós-parto. Menopausa – suspensão dos ciclos menstruais após 1 ano sem ciclo, surge entre 45 e 55 anos. Andropausa – atinge em torno de 25% dos homens após 50 anos.
Comportamentais: tabagismo; etilismo – uso moderado de álcool ligado a aumento de IMC; dieta – dietas hipercalóricas (gordura, carboidrato e açúcar) e pobres em nutrientes (acúmulo de gordura e fome), além do hábito de praticar dietas restritivas. Atividade física e sedentarismo – redução de atividade física decorrentes da revolução industrial e tecnologia contribuem para a obesidade; comportamento alimentar disfuncional – hábitos familiares envolvendo comida, frequência, qualidade e quantidade de alimentos desequilibrada.
Mídia/marketing: associar comida a recompensas como brinquedos, figurinhas; dar falsa impressão do alimento ser nutritivo pela adição de vitaminas e minerais; associar o alimento a bem-estar, qualidade de vida, vida social e familiar saudáveis.
Facilidade de acesso: alimentos ultraprocessados são facilmente encontrados e de baixo custo.
Emocionais: associações que o recém-nascido faz com o leite materno; função da comida de acordo com a história de vida, desde a infância.
Outros Fatores: padrão do comportamento alimentar – hábitos: mastigação, qualidade (alimentos preferidos e preteridos), quantidade, frequência das refeições e hábitos familiares.
Função da comida: prazer, afeto, segurança, distração, fuga/esquiva, felicidade, interação social, comemoração, punição, aceitação, alívio, conforto e compensação.
Tratamentos para Obesidade
O tratamento realizado por um psicólogo envolve mudanças comportamentais que podem ser implementadas com técnicas de modificação de comportamento, como estabelecimento de metas realistas, registrar a ingestão alimentar e a atividade física, e desenvolver estratégias para lidar com gatilhos emocionais que levam à alimentação excessiva.
O acompanhamento psicológico pode ser útil para tratar questões emocionais e comportamentais associadas à obesidade, como ansiedade, depressão e transtornos alimentares.
A obesidade é uma doença multideterminada, recidiva e de difícil tratamento. É essencial que o tratamento da obesidade seja personalizado, levando em consideração as necessidades e condições individuais. Um profissional da saúde, como um médico, nutricionista ou endocrinologista, psicólogo e educador físico pode ajudar a desenvolver um plano de tratamento adequado.
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