O Governo do Estado lançou nesta terça-feira (25) nova publicação com temática de sustentabilidade, produzida pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). A publicação é sobre “Indicadores de Desenvolvimento Sustentável por Bacias Hidrográficas do Estado do Paraná 2022”.
Com periodicidade quinquenal – e em sua quinta edição, a publicação ganhou novos indicadores, contemplando as três dimensões clássicas do desenvolvimento sustentável: ambiental, social e econômica. Bacia hidrográfica é a unidade básica para gestão dos recursos hídricos e para gestão ambiental, uma vez que os elementos físicos naturais estão interligados por um rio principal e seus afluentes.
O diretor-presidente do Ipardes, Jorge Augusto Callado, explicou que a publicação pode ser usada tanto pelos gestores públicos quanto por instituições privadas, e que esses índices serão cada vez mais importantes na tomada de decisões e para corrigir rumos, caso necessário. “Os índices que constam nesse documento podem embasar a formulação de novas políticas públicas, o acompanhamento das já existentes e também podem ser usados pelo setor produtivo que, com base em índices como disponibilidade hídrica, questões de solo, de saúde e de educação, também podem planejar os seus investimentos e as suas futuras ações”, disse Callado, no encontro de apresentação da publicação.
Participaram do evento os secretários estaduais do Planejamento, Guto Silva; da Agricultura e Abastecimento, Natalino de Souza; do Turismo, Márcio Nunes; das Cidades, Camila Scucato; de Inovação, Modernização e Transformação Digital, Alex Canziani; da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros; o secretário do Codesul, Orlando Pessuti e a equipe técnica do Ipardes.
MEIO AMBIENTE
Na dimensão ambiental, os aperfeiçoamentos constantes da nova publicação referem-se, entre outros, aos indicadores relacionados à qualidade e disponibilidade de recursos hídricos nas bacias paranaenses. O Índice de Qualidade das Águas (IQA), extraído de 183 estações de monitoramento distribuídas pelo Estado e sistematizado a partir da classificação final feita pelo Instituto de Água e Terra (IAT), registrou a predominância da classe considerada como “boa”, em 81,4% das situações.
Em relação ao saneamento, segundo as informações da Sanepar, em 2022, foi alcançada 100% de cobertura com rede urbana de água. Nesse exercício, o porcentual de cobertura de esgoto da rede urbana atendida pela companhia foi de 80%, sendo que 100% do esgoto coletado foi tratado pela empresa.
Em relação ao uso e cobertura da terra, segundo o mapeamento realizado e divulgado pelo Instituto Água e Terra (IAT) em 2019, a agricultura ocupou 33,01% da área, seguida das florestas nativas (29,12%), áreas de pastagens/campo (25,32%), plantios florestais (6,47%), áreas urbanizadas (1,44%) e várzeas (1,35%).
O indicador de vegetação nativa, divulgado pelo IAT em 2021, equivale a 29,59% do território paranaense. No Estado, cerca de 10% do território é protegido por Unidades de Conservação (UCs). Destacam-se os porcentuais de UCs encontrados nas bacias Litorânea (81,86%), e ainda nas bacias Paraná 1 (54,08%) e na Paraná 2 (46,56%), ambas localizadas no Noroeste paranaense.
SOCIAL E ECONÔMICA
Na dimensão social, a inovação destes indicadores diz respeito à dinâmica populacional, com a inserção dos dados do último censo demográfico, de 2022, divulgados no ano passado. Destaca-se, nesta dimensão, a queda na taxa de mortalidade infantil, que passou de 10,36 óbitos de menores de 1 ano de idade por mil nascidos vivos em 2017 para 9,46 em 2021.
Na dimensão econômica, cabe ressaltar o indicador de especialização produtiva industrial, que demonstra uma maior desconcentração econômica no Paraná, ressaltando a cadeia de produção agroindustrial. Nesse indicador, é evidenciada a primazia da fabricação de produtos alimentícios, que regionalmente é disseminada no Paraná, contribuindo para a elevação e a desconcentração do PIB do Paraná.
TOMADA DE DECISÃO
Segundo o secretário do Planejamento, Guto Silva, pasta à qual o Ipardes está subordinado, os novos dados vão orientar a tomada de decisão do próprio governo e, naturalmente, serão instrumentos para que a sociedade também possa acompanhar a evolução na área. “Esses importantes indicadores de sustentabilidade vão balizar a tomada de decisão nossa, do ponto de vista orçamentário, orientando como serão investidos os recursos públicos. Além disso, abrem a possibilidade ao mercado de saber mais sobre a realidade do Paraná”, diz Guto Silva.
Segundo o secretário, a iniciativa se soma a outras que colocaram o Paraná como o Estado mais sustentável do Brasil, por três vezes consecutivas, no Ranking de Competitividade dos Estados. “Esse é um título que nos engrandece, que dá muita esperança, porque aqui é possível aliar desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade, e os indicadores apresentados nos dão a demonstração desse progresso preservando o meio ambiente no Paraná”, ressalta.
PIB VERDE
Em abril, o Governo do Estado lançou outro estudo desenvolvido pelo Ipardes com foco na construção de indicadores econômicos relacionados à cadeia produtiva que respeita e conserva a natureza: o PIB da Economia Verde Paranaense, baseado em dados de 2020. O índice traz dados que enfatizam a representatividade econômica desse estrato produtivo para além da sua importância em termos de sustentabilidade. Segundo o relatório, cerca de um terço do PIB estadual total (32,9%) está relacionado à Economia Verde, somando R$ 140,1 bilhões.
Entre as áreas que mais contribuíram para compor esse valor estão a Agropecuária (40%, ou R$ 56 bilhões), seguida do setor de Serviços (37%, ou R$ 51 bilhões) e da Indústria (23%, ou R$ 32 bilhões).