REINALDO SILVA
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Na última sexta-feira (28 de junho), o deputado federal Tião Medeiros visitou a Santa Casa de Paranavaí e confirmou o repasse de R$ 4 milhões para cobrir despesas de custeio. Na ocasião, conversou com o Diário do Noroeste e afirmou: “O Brasil inteiro passa pelo desafio de colocar as santas casas em ordem financeira. O governo federal precisa tomar medidas focado nisso”.
No cenário atual, os hospitais filantrópicos têm se amparado em ações pontuais como a destinação de recursos financeiros por parte dos parlamentares. “Em todo lugar é um ‘salve-se quem puder’, quem tem padrinho político consegue resolver seus problemas. E não pode funcionar assim. Saúde pública não pode depender de A ou B. Tem que ser com padrões e procedimentos equilibrados, estruturados e que independam de decisões políticas”, disse Medeiros.
O deputado federal afirmou que o Ministério da Saúde dispõe de ferramentas de avaliação de metas e obrigações que permitem medir os resultados de cada hospital, o grau de endividamento, quanto precisa para se manter funcionando.
É fundamental avaliar critérios e índices para nortear soluções de médio e longo prazos. “Alguns hospitais têm dívidas muito grandes que não se resolvem no curto prazo.” Há casos no Paraná de instituições devendo R$ 60 milhões, R$ 120 milhões, lamentou Medeiros.
Em 2023, o governo federal liberou R$ 2 bilhões para as santas casas e os hospitais filantrópicos de todo o país. Na ocasião, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reconheceu que o valor não seria suficiente para sanar o problema generalizado.
Sobre o mesmo tema, o DN conversou com o secretário estadual da Saúde, César Neves, que esteve em São João do Caiuá na última sexta-feira e participou da reinauguração do Hospital Municipal Nossa Senhora Aparecida.
Ele lembrou que as santas casas tiveram papel fundamental durante o período mais severo da pandemia de Covid-19 e, depois, na retomada dos passivos acumulados durante a crise sanitária. “O governo do estado é muito grato por isso.”
O reconhecimento se deu também em forma de apoio em dinheiro. De acordo com Neves, o ex-secretário da Saúde Beto Preto instituiu, há dois anos, “um valor financeiro apelidado carinhosamente de décimo terceiro e que acabou salvando esses hospitais”. Foram mais de R$ 300 milhões em todo o Paraná, sem os quais “tenho certeza que muitas filantropias teriam passado sérias dificuldades, até risco de fechamento”.