*Rafael Octaviano de Souza
Futebol nunca foi e nunca será uma ciência exata, mas alguns indicadores nos dão a dimensão de sua simplicidade e/ou complexidade. O campeonato paranaense da 2ª divisão chega a sua reta final com os dois times de melhor campanha na primeira fase disputando o título, e acesso garantido na 1ª divisão de 2025. Dá para dizer que foi justo? Sim, como não daria para dizer que seria injusto se ACP e Patriotas fossem os vitoriosos.
O primeiro passo para a sequência do Atletico Clube de Paranavaí é reconhecer os méritos do adversário (Rio Branco), que em 3 confrontos saiu vitorioso em 2 e empatou outro. O Paraná mereceu também, muito embora com um futebol menos vistoso que ACP e Rio Branco, enquanto o Patriotas para mim corria por fora.
Como dizia Petraglia, o brasileiro torce para a vitória, muitos acordavam de madrugada para assistir Senna (automobilismo) e Guga (Tenis), e hoje, apenas os apaixonados por essas modalidades ainda as acompanham. Há pouco tempo, estávamos graças a alguns “heróis da resistência” mantendo o clube respirando por aparelhos, quando de repente, sem entrar em detalhes, o cenário todo se modifica, a cidade passa a apoiar um projeto sólido, realizado por pessoas sérias, com relevantes serviços prestados à sociedade, e ao futebol. Saímos de uma incomoda 3ª divisão, e pôr muito pouco não chegamos na primeira.
Formou-se um excelente grupo de trabalho, a comunidade abraçou o time, o torcedor voltou ao estádio, e de repente aquilo que parecia impossível aconteceu, o ACP se tornou destaque nacional com a vinda do cantor Gusttavo Lima, por isso, buscar vilões não é o caminho mais inteligente. Nesse momento doloroso para todos, é preciso ter lucidez, refletir sobre todos os processos e retroalimentar o sistema. Como diz Abel Ferreira (Palmeiras), no futebol, quando se ganha não significa que esteja tudo certo, e quando se perde, não significa que esteja tudo errado.
Por fim, muito embora o campeonato tenha terminado, o projeto está apenas iniciando, atualmente, o ACP não pode mais ser visto como um modelo associativo, virou empresa, pessoas que fizeram parte não farão mais, e outras que nunca fizeram poderão vir a fazer, afinal, no futebol, “o todo nunca foi e nunca será apenas a soma das partes”.
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