O mês maio registrou 6,9 milhões de companhias inadimplentes, o maior número da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Em relação a março e abril deste ano, quando o índice se mantinha estável, o aumento foi de 2%. O valor das dívidas, quando somadas, bateu a marca de R$ 143,9 bilhões, total registrado pela primeira vez. Em média, cada CNPJ teve cerca de sete contas negativadas no período.
Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a estabilidade pode não ter se sustentado em maio devido a interrupção na queda da taxa de juros, que vinha se mantendo estável, o que impacta, sobretudo, os débitos de longa duração. Além disso, a valorização do dólar exerce uma pressão adicional. “Empresas endividadas a longo prazo enfrentam maior risco. O incremento nas taxas de juros pode resultar em pagamentos mais elevados, complicando a gestão financeira. A incapacidade de refinanciar ou renegociar essas obrigações pode levar à inadimplência”. Quanto à valorização do dólar, o especialista alerta: “importadores de insumos ou produtos finais são diretamente afetados. O fortalecimento do dólar encarece essas importações, impactando as margens de lucro e prejudicando a liquidez para cumprir com as obrigações financeiras”.