(44) 3421-4050 / (44) 99177-4050

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Compartilhe:
Valdileia Martins usou materiais improvisados  para treinar no início da carreira
A atleta vai superando desafios a cada dia. Hoje representa o Brasil em paris Foto: Wander Roberto/COB

ATLETA OLÍMPICA

Valdileia Martins usou materiais improvisados para treinar no início da carreira

A representante do Brasil no salto em altura, em Paris, Valdileia Martins, disputará a final das Olímpiadas no domingo (4), às 14h55. Para chegar até os jogos a competidora, de 34 anos, nascida em Querência do Norte, região Noroeste do Paraná, precisou superar muitos desafios. Competir descalça, treinar com estruturas precárias e a perda do pai foram alguns deles.

Para contar sobre o início de Valdiléia no esporte, o Diário do Noroeste entrevistou Flávio Rodrigues dos Santos, primeiro treinador da competidora.

A atleta olímpica foi descoberta em 2003 na Escola do Campo, assentamento Pontal do Tigre, em Querência do Norte. Na época, o professor tinha um projeto esportivo na instituição de ensino, porém faltava estrutura e materiais adequados para os treinos.

Ele relembrou que utilizava sua criatividade para trabalhar o atletismo com os jovens da escola. Na prova do revezamento uma espiga de milho era usada no lugar do bastão. Já, para Valdileia treinar, a barra foi adaptada com uma vara de pescar e o colchão para cair depois do salto era palha de arroz dentro de sacos de milho.

Flávio afirmou que o maior objetivo do projeto era dar oportunidade de as crianças participarem de competições em outras cidades. “A realidade era muito precária, mas a vontade de fazer acontecer e vencer era maior”.

A primeira participação de Valdileia em competições foi Jogos Escolares do Paraná, em 2003. Na ocasião, a atleta foi campeã saltando sem calçado, pois não tinha condições de comprar sapatilhas adequadas. Sua marca nos jogos foi de 1.46 metros. Outra situação que chamou atenção foi o estilo do salto. Ela usou a técnica tesoura, método que na época já não era utilizado.

Ainda no mesmo ano, Valdileia foi vice-campeã dos Jogos Escolares Brasileiros. Com o apoio da família e de toda a comunidade, a competidora superou as dificuldades e foi para cidades que ofereciam melhores condições.

“Tenho grande orgulho. Você sentir que fez um trabalho que ajudou na vida de pessoas”, falou Flávio sobre o sentimento de ver onde sua ex-aluna chegou.

Atualmente, a saltadora faz parta da Orcampi, uma das principais equipes de atletismo do Brasil. Mesmo depois de 21 anos do seu início, a competidora chegou às Olimpíadas, mas obstáculos não ficaram pelo caminho. No início desta semana seu pai faleceu.

“É um momento difícil, mas vou colocar a cabeça no lugar e saltar”, disse Valdileia ao Diário do Noroeste.

Compartilhe: