Depois de três anos sem registrar óbitos no país, a coqueluche, doença bacteriana infecciosa que atinge o sistema respiratório, fez uma vítima fatal: um bebê de seis meses residente em Londrina. A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), a incidência da doença aumentou em mais de 500% em um ano, o que reforça a importância da vacinação e os cuidados com bebês que não completaram o esquema vacinal.
Segundo o médico pediatra da Santa Casa de Maringá, Rodolfo Leon, o principal sintoma é a crise de tosse seca, conhecida como ‘tosse comprida’, seguida por um ‘guincho’ (quando se puxa o ar). Outros sintomas são febre, coriza e dificuldade respiratória. A transmissão, de acordo com o médico, ocorre pela disseminação de gotículas, tal qual a covid-19, por isso ambientes fechados e contato prolongado com muitas pessoas são fatores de risco. Já o diagnóstico é feito de forma clínica, podendo ser confirmado por um exame de cultura, coletado por swab nasal.
Para evitar a contaminação, que acomete pessoas de todas as idades e possível agravo do quadro, a recomendação é manter o calendário vacinal em dia e, no caso dos bebês que ainda não tomaram todas as doses, a orientação é que os responsáveis fiquem atentos para evitar contato com possíveis pessoas contaminadas. “A coqueluche é uma doença prevenível, portanto, manter a vacinação em dia, inclusive com as doses de reforço e cuidados com os bebês é fundamental para que a bactéria causadora da doença não volte a fazer vítimas”, explica.
De acordo com o pediatra, as doses da vacina pentavalente, que previne contra difteria, tétano e coqueluche, devem ser aplicadas aos dois, quatro e seis meses de idade, com reforços aos 15 meses e aos quatro anos. “Esta vacina, também conhecida como DTP, é segura e está disponível à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS), portanto, não há motivo para não se prevenir”, diz.