Uma operação deflagrada pela Polícia Civil de Santa Catarina para investigar a suspeita de golpe de falso investimento em criptomoedas cumpriu mandados de busca e apreensão em Paranavaí na manhã desta quinta-feira (15). No total, a Operação Cripto Farsa cumpriu oito mandados judiciais no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações começaram depois que uma idosa, moradora de Lages (SC), registrou boletim de ocorrência denunciando que investiu R$ 90 mil na compra de bitcoins, mas não recebeu o lucro prometido. Segundo a vítima, ela ainda perdeu o valor inicialmente aplicado.
Conforme a polícia, durante o levantamento de informações, investigadores identificaram possíveis suspeitos de envolvimento no caso e descobriram que eles também teriam sido responsáveis por vítimas em outros estados. “Os investigados movimentaram mais de R$ 900 milhões nos últimos três anos e são responsáveis por falsos investimentos em criptomoedas”, afirma o delegado Leonardo Silva, titular da Delegacia de Defraudações de Santa Catarina.
Durante as buscas realizadas em Paranavaí nesta quinta, os policiais apreenderam aparelhos eletrônicos e documentos. “Foram apreendidos diversos aparelhos eletrônicos, entre computadores e telefones celulares, além de farta documentação que comprova a prática dos crimes, os quais serão periciados na tentativa de identificar os demais envolvidos”, diz o delegado.
Procurada pelo Diário do Noroeste, a defesa dos alvos de busca e apreensão em Paranavaí destacou a legalidade das operações realizadas pela empresa. Confira a nota na íntegra, emitida pelo advogado Antonio Marcos Solera:
“A empresa investigada atua no ramo de comercialização de ativos digitais (compra e venda), no presente caso, em que pese não ter sido liberado acesso integral aos autos de inquérito policial, a vítima indicada que alega ter perdido R$ 76.914,31, certamente é vítima de uma empresa que atuava no seguimento de locação de criptomoedas – que até o momento não tivemos acesso ao nome -, e não da nossa empresa, essa por sua vez, possivelmente recebeu o valor em conta corrente para a compra do ativo digital e o enviou a wallet indicada por ela.
Nossa operação é perfeita e legal, não ficamos com valores da vítima, apenas vendemos um produto que foi entregue à empresa que ela indicou, inclusive sem qualquer relação conosco e, essa por sua vez, segundo informações obtidas, fez apenas alguns pagamentos mensais à vítima, se apropriando do ativo alocado.”