Como este colunista vem apontando há alguns artigos, o esporte de alto rendimento demanda muitos milhões, e o paralímpico tem esses investimentos, com patrocínios de atletas, altos investimentos em equipamentos, centro de treinamento de primeiro mundo; motivando as pessoas com deficiência, para as práticas esportivas paralímpicas, bastante organizadas.
Nos últimos Jogos Paralímpicos de Tokyo/2020 (realizados em 2021 por causa da Covid 19) conquistamos 22 ouros, 30 pratas e 72 bronzes, com um honroso 7 lugar no quadro geral de medalhas.
Nossos resultados nas Paralímpiadas nos credenciam como uma potência paralímpica estabilizada, sem sombra de dúvidas. Sempre estamos entre os 10 primeiros colocados nas últimas edições dos Jogos Paralímpicos.
A pergunta do milhão de euros é:
E por que nosso combalido esporte olímpico não apresenta a mesma performance?
Uma pergunta bastante difícil de responder, pois os patrocínios do alto rendimento não são constantes, a base dos esportes é bastante precária, e alguns esportes que poderiam nos render muitas medalhas são desconhecidos da maioria.
Estabelecendo uma comparação para verificarmos o desempenho dos dois segmentos:
O Brasil obteve 109 medalhas de ouro, somando todas as edições de que participou e busca, e agora em Paris 2024, alcançar a simbólica marca das 122 medalhas de ouro.
Nosso Comitê Olímpico Brasileiro (COB) angariou 37 ouros nos Jogos Olímpicos, a diferença é gritante, são 72 medalhas de diferença.
O Brasil com a diversidade cultural e miscigenação teria, se houvesse uma política esportiva adequada, e não um Ministério do Esporte que serve de moeda de troca, com medalhões, tais como a ex-atleta Ana Moser, que teve problemas econômicos com sua ONG, em São Paulo, e nada fez em prol do esporte durante sua gestão à frente do Ministério do Esporte, e outros que não cabe discutir agora.
Portanto, se quisermos, e podemos ser uma potência Olímpica e Paralímpica, devemos deixar de entender o esporte como moeda de troca ou investir somente em época de macro eventos, criando uma política adequada para o esporte, o entendendo como fenômeno social, como alto rendimento, como saúde, como lazer da população, convidando os quadros qualificados, sem considerar a cor de sua ideologia, como diria Paulo Freire:
«Não somos racistas, nos tornamos racistas. Meu problema contra pessoas racistas não é com a cor de sua pele, mas com a cor de sua ideologia».
Paulo Freire, educador e filósofo brasileiro.
Como agora estamos reféns das casas de apostas que já mandam no esporte bretão, patrocinando os principais campeonatos do país, várias equipes, segmentando apostas, inclusive para as mulheres, ocasionando um rombo nas finanças (poupança); enfim um verdadeiro caos sem precedentes.