O Ministério Público do Paraná – MPPR, por meio da 4ª Promotoria de Justiça da comarca, apresentou denúncia por homicídio qualificado e outros crimes contra o homem que matou a servidora municipal de Paranavaí Cassiani Ricci, de 39 anos, na noite de 19 de agosto. O feminicídio ocorreu no mesmo dia em que ela noticiou às autoridades policiais que era vítima de violência doméstica pelo ex-companheiro. O caso teve grande repercussão na cidade.
Segundo o MPPR, na denúncia são relatados cinco fatos criminosos, todos praticados no dia do assassinato.
“Logo no início da manhã, após ser comunicado pela vítima que ela iria encerrar o relacionamento, o denunciado a forçou a entrar em um carro com ele e saiu em alta velocidade rumo à saída da cidade. No percurso, além de privar a liberdade da vítima, ameaçou e agrediu a mulher, dizendo que não aceitava o fim da união. Ela conseguiu desvencilhar-se e foi até a Delegacia de Polícia de Alto Paraná, cidade vizinha, onde registrou boletim de ocorrência pelas agressões que sofreu e noticiando outros abusos, seguindo para a casa de conhecidos, em Paranavaí, para se esconder do agressor, ele foi até lá armado e a matou”.
Medida protetiva – Como descreve a Promotoria na denúncia,
“na parte da tarde daquele mesmo dia, a vítima foi se esconder do denunciado na casa de seus amigos […], inclusive para aguardar o deferimento das medidas protetivas de urgência, ocasião em que o denunciado a localizou, adentrou no referido imóvel e efetuou a queima roupa os disparos letais contra a vítima, enquanto esta se encontrava indefesa no sofá daquela residência. O denunciado, ainda, valeu-se de recurso que dificultou a defesa da vítima, na medida em que chegou de forma inesperada na residência onde esta se encontrava, adentrou de forma sorrateira no quintal e avançou silenciosamente pelos fundos da casa, tendo inclusive tirado as botas para não fazer barulho, e após penetrar no interior da casa pela porta dos fundos, com a arma em punho, surpreendeu com tiros a vítima no sofá da sala onde ela estava com os amigos […]. No momento, a vítima conversava com alguém pelo telefone, quando o denunciado chegou de surpresa e apontou o revólver bem próximo ao rosto dela e efetuou os disparos”.
O MPPR sustenta a prática de homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Também requer a condenação do requerido por sequestro, ameaça, lesão corporal e furto. O homem foi preso em flagrante no dia do crime e já teve a prisão preventiva decretada pelo Judiciário.
Fonte: Ministério Público do Paraná