Esporte que surgiu nas praias da Itália nos anos 1970 – de acordo com a Federação Italiana de Tênis (ITF) -, o beach tennis se popularizou fortemente no Brasil de alguns anos para cá. Dados da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) mostram que o número de adeptos da modalidade pode ter triplicado no país em dois anos, passando de 400 mil em 2021 para 1,1 milhão em 2023.
Muitos praticantes revelam ter se apaixonado pela atividade pela diversão que ela proporciona, indo além dos benefícios para o corpo. Mas, para outros, o esporte garantiu mais momentos prazerosos ao lado da família. Este é o caso do empresário paranavaiense Wesley Lanci.
A modalidade entrou na vida da família por meio de uma das filhas. Enquanto a assistia fazer uma aula experimental, Lanci se interessou pela dinâmica da atividade e decidiu conhecer de perto. “Como eu jogava futebol somente aos sábados, vi no beach tennis uma oportunidade de fazer mais atividade física”, relembra.
Logo, o esporte contagiou a segunda filha do empresário e, juntos, os três passaram a praticar regularmente, inclusive com treinos profissionais. “Atualmente, jogo quase todos os dias. O melhor de tudo isso é sempre estar com elas e poder acompanhá-las onde forem”, considera.
A dedicação ainda levou a família às competições. Recentemente, Lanci e uma das filhas, Manuela, representaram Paranavaí nos Jogos Comerciários organizados pelo Sesc Paraná, em Toledo. A dupla foi campeã na categoria mista.
“Hoje, o beach tennis representa saúde, bem-estar, interatividade e, principalmente, a possibilidade de estar junto com a minha família. Este esporte reúne a família toda, do mais idoso ao mais pequenino”, diz Lanci.
Garantia de vida ativa
A exemplo do empresário, o beach tennis já foi a porta de entrada para o esporte para muitas pessoas que decidiram abandonar o sedentarismo. O médico cardiologista João Henrique Clasen, especialista em cardiologia do exercício, considera que esse é um dos maiores benefícios da popularidade recente da prática.
“Por ser um esporte muito democrático e inclusivo, ele tem se demonstrado uma ferramenta muito importante para tirar pessoas do sedentarismo. E esse nível de atividade vai, com certeza, diminuir o risco de infarto, AVC ou algum dano cardiovascular ao longo dos anos”, explica.
Segundo o cardiologista, a diversão proporcionada pela modalidade também facilita a criação de uma rotina de exercícios físicos. E isso é exatamente o que as principais autoridades de saúde recomendam. De acordo com Clasen, o ideal é garantir uma prática mínima de 150 minutos de atividade física por semana.
Quero começar a praticar. Quais os cuidados?
O médico cardiologista orienta que qualquer pessoa que tem a intenção de iniciar uma prática esportiva deve passar por uma “avaliação pré-participação”. O paciente será submetido a exames do sistema cardiovascular para identificar possíveis doenças ou sinais de alerta.
“Tão importante quanto fazer atividade física é fazer um check up para praticar com segurança. Por isso, antes de começarmos a praticar uma atividade física, precisamos ter certeza de que estamos aptos e que não temos nenhuma cardiopatia. Porque, vale lembrar, que muitas doenças cardiovasculares são assintomáticas.”
Bom para a saúde e para o mercado
A democratização do beach tennis não favoreceu somente atletas amadores. Como em praticamente todas as “febres” que surgem no mundo atual, o mercado também acaba beneficiado pela maior adesão à moda do momento.
Em Paranavaí, quem trabalha com negócios que abastecem o segmento viu as vendas aumentarem nos últimos anos. O esporte impulsionou o mercado fitness e muitas lojas que vendem artigos esportivos têm hoje no beach tennis a principal fonte de lucro. As raquetes para prática da modalidade, por exemplo, têm papel fundamental, já que os modelos podem variar de R$ 550 até R$ 2.800.
Segundo a empresária Camila Egashira, proprietária de uma loja de artigos esportivos na cidade, a comercialização de artigos específicos para beach tennis começou há aproximadamente dois anos, guiada pelo apelo do mercado. De lá para cá, ela percebeu que a procura só tem aumentado.
De acordo com ela, os campeonatos da modalidade são um dos fatores que costumam alavancar as vendas em momentos específicos. Isso porque as duplas adquirem mais roupas e acessórios. “As meninas, geralmente, querem looks iguais, então a gente acaba vendo não só um conjunto, mas dois. Quando há uma dupla mista, eles tentam comprar a camiseta do homem da mesma cor ou modelo da roupa da mulher. Isso nos ajuda bastante”, revela.