Animais com doenças inflamatórias ou infecciosas, vítimas de acidentes e em tratamento contra o câncer podem precisar de transfusões de sangue para sobreviver
Cibele Chacon / Da redação
Quem tem um animal de estimação saudável pode ajudar a salvar a vida de outros pets em situação crítica por meio da doação de sangue. A transfusão é vital para animais com doenças inflamatórias ou infecciosas, vítimas de acidentes, submetidos a cirurgias ou em tratamento contra o câncer, por exemplo.
Para que um cão se torne doador, ele precisa ter entre 1 e 8 anos, pesar ao menos 25 quilos, estar clinicamente saudável, realizar controle regular de pulgas e carrapatos, estar com a vermifugação e vacinação em dia, e não ter passado por cirurgias nos últimos 20 dias. Fêmeas não podem estar gestantes. Já o gato, precisa ter entre 1 e 5 anos, pesar mais de 5 quilos, ser dócil, estar com a vermifugação e vacinação em dia e, no caso de fêmeas, não pode ter gestado.
“A triagem é essencial para garantir que o animal está apto a doar”, explica a médica veterinária Micheli Storck Matias. “Após essa avaliação, é feito um teste de compatibilidade entre o doador e o receptor, sempre sob supervisão de um profissional capacitado.”
O procedimento é relativamente simples e rápido. O sangue é coletado da veia jugular, no pescoço do animal, e a coleta dura cerca de 15 minutos. Além disso, o processo oferece benefícios ao próprio doador. “Ele passa por uma avaliação clínica completa, incluindo um check-up hematológico, o que permite aos tutores saber se o animal está realmente saudável”, destaca a veterinária. Ela reforça o profissional saberá identificar caso o doador não esteja se sentindo bem, interrompendo imediatamente a transfusão, diminuindo os riscos para os doadores.
No entanto, a maior vantagem é para o receptor. “Para muitos animais, uma transfusão de sangue é fundamental para a recuperação e pode ser a diferença entre a vida e a morte”, ressalta Micheli. Cada bolsa de sangue coletada pode salvar mais de um animal.
Atualmente, em Paranavaí não há um banco de sangue veterinário, o que torna a solidariedade dos tutores ainda mais importante. “Quem tiver um animal que se enquadre nos quesitos necessários para ser um doador e tiver vontade de ajudar uma vida, pode avisar as clínicas veterinárias e quando aparecer um animal precisando a clínica entrará em contato com essa pessoa”, explica a veterinária.
Em situações emergenciais, o contato é feito com as clínicas veterinárias da cidade, que acionam possíveis doadores quando surge a necessidade. “Já atendi muitos casos que precisaram de transfusão, mas, pela falta de doadores locais, muitas vezes precisamos trazer bolsas de sangue de Maringá para garantir agilidade no atendimento”, relata Micheli.
Mariana Rizzato, tutora da bulldog francesa Nala, de dois anos e sete meses, viveu essa experiência de perto. “Após uma cirurgia, Nala desenvolveu anemia e precisou de uma transfusão de sangue. Como era uma emergência, compramos uma bolsa de Maringá para garantir mais segurança e rapidez”, conta. “Após a transfusão, ela se recuperou como se tivesse se renovado.”
Um cachorro ou gato pode doar sangue mais de uma vez. “Na teoria os pets podem doar sangue a cada 4 semana, desde que estejam bem suplementados. Mas eu só coleto bolsa de sangue de um animal doador com intervalo mínimo de 3 meses após ter doado sangue”, explica a veterinária.
“A família que leva seu animal para doar sangue, está ajudando a salvar uma ou mais vidas, dando a chance de um animal se recuperar de inúmeras situações clínicas, além de dar muita felicidade para outra família que terá seu animal salvo por esse gesto de amor”, destaca Micheli.