REINALDO SILVA
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Paranavaí teve temperaturas acima dos 30 graus todos os dias de dezembro. A marca mais alta até agora foi registrada segunda-feira (6), quando os termômetros chegaram aos 37 graus, como indicou o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar). O calor intenso e a baixa umidade relativa do ar fazem aumentar o consumo de água, o que interfere diretamente no volume de captação do Ribeirão Arara, principal fonte de abastecimento da cidade, já comprometido pela escassez de chuva: o nível desceu mais de 40%.
Diante da situação, foi preciso ampliar o volume retirado do Ribeirão Floresta, fonte auxiliar de captação, passando de 280 mil para 315 mil litros por hora – respeitando os limites de outorga estabelecidos pelo Instituto Água e Terra (IAT).
O gerente regional da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Heterley Ubaldo, informou que 80% da água distribuída em Paranavaí tem origem superficial. Apenas 20% do volume sai dos poços artesianos. No início do ano, três deles tiveram a capacidade de reservação ampliada. No Jardim São Jorge, passou de 250 mil para 1,5 milhão de litros. No Jardim Oásis e no Distrito de Sumaré, a capacidade foi de 150 mil para 1 milhão de litros.
Ubaldo disse que o cenário é preocupante, mas ainda não há risco de rodízio, ou seja, fornecimento de maneira intercalada, com programação de dias e horários para diferentes regiões da cidade. Mesmo assim, o pedido é que a população faça uso racional da água, mantendo hábitos diários de economia. Sem desperdício.
É possível, por exemplo, diminuir o tempo de banho. Considerando uma vazão média de seis litros de água por minuto, um banho de 10 minutos representa o consumo de 60 litros. Se a higienização for feita em cinco minutos, a economia será de 30 litros. Uma família com quatro pessoas gastaria 120 litros a menos por dia. No final do mês, serão 3.600 litros.
As orientações incluem manter a torneira fechada durante a escovação dos dentes ou usar um copo para enxágue. Em relação à louça, o ideal é ensaboar os utensílios com a torneira desligada e só abri-la para enxaguar, de preferência todos os itens de uma só vez. Sobre varrer quintais e calçadas utilizando jato de água da mangueira, o gerente regional da Sanepar foi enfático: nunca deve ser feito. O correto é usar a vassoura e depois jogar a água.
Piscinas – Ubaldo afirmou que o uso inadequado de piscinas é responsável pelo consumo elevado de água. “Grande vilão.” Explicou que é preferível fazer a drenagem filtrando e não aspirando, assim, não há desperdício.
No caso de piscinas menores, as infláveis ou as de fibra, o gerente regional da Sanepar ensinou que o conteúdo não deve se trocado diariamente. Além de cobri-las para proteger de poeira e folhas, alguns produtos devem ser aplicados para a conservação da água. Ssão quatro gramas de cloro granulado ou 15 mililitros de cloro líquido para cada 1.000 litros de água – três vezes por semana. Outra orientação é aplicar cinco mililitros de algicida para cada 1.000 litros de água – uma vez por semana.
Porto Rico – A Sanepar é responsável pelo abastecimento de 24 dos 28 municípios do Noroeste, caso de Porto Rico. A cidade banhada pelo Rio Paraná atrai turistas de diferentes partes do Estado e até de outras regiões do Brasil.
Nos dias de grande fluxo de visitantes, o consumo de água cresce significativamente e sobrecarrega do sistema de produção e abastecimento. “A situação é de alerta”, pontuou Ubaldo, garantindo que por enquanto não há risco de falta de água potável. Um novo reservatório garantirá maios segurança nesse sentido.
Segundo o gerente da Sanepar, dispõem de sistema próprio de captação e fornecimento de água na região da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar): Jardim Olinda, Santa Isabel do Ivaí, Santa Mônica e Terra Rica. A Prefeitura de Paranavaí também estuda a possibilidade de assumir os serviços de saneamento, mas ainda não existe prazo definido para a municipalização.