REINALDO SILVA
Da Redação
Um cenário preocupante está se desenhando no Noroeste do Paraná. Desde a última semana de julho até o dia 21 de outubro, os municípios da região somaram aproximadamente 800 notificações de casos suspeitos de dengue, dos quais 91 foram confirmados.
Por enquanto, Marilena, Loanda, Santa Isabel do Ivaí e Paranavaí ocupam o topo da lista, e as atenções também se voltam para Alto Paraná e São João do Caiuá.
De acordo com o médico veterinário da 14ª Regional de Saúde, Walter Sordi Junior, os diagnósticos positivos aparecem de forma mais evidente em municípios que negligenciaram medidas de prevenção e combate – que devem ser constantes, não eventuais. “Não é coincidência.”
O período de maio a agosto é apontado como ideal para eliminar possíveis criadouros do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. Com o retorno da primavera e o aumento das precipitações, “os que não fizeram o dever de casa vão pagar caro”. Qualquer objeto que acumule água propicia condições para a reprodução do inseto.
Prevenção
Apesar do risco iminente, Sordi Junior garante que ainda dá tempo de evitar problemas maiores daqui para frente.
Ele fala da necessidade de intensificar os trabalhos de rotina, estabelecendo cronogramas de ação para os agentes de controle de endemias, responsáveis pelas vistorias em residências e empresas. “As equipes precisam ter resolutividade.”
Estratégias acertadas dependem do direcionamento dos gestores, mas muitos não dão a devida importância para o assunto, avalia o médico veterinário da 14ª Regional de Saúde. Nesse sentido, pontua tarefas essenciais: limpeza e manutenção de galerias pluviais, fiscalização, fortalecimento da estrutura de vigilância sanitária e ampliação dos grupos que atuam em campo.
A população também tem responsabilidades. Sem mudanças efetivas de comportamento dos moradores, as tentativas de vencer a dengue se tornarão uma missão sem propósito. Limpar o quintal com frequência e descartar o lixo corretamente são atitudes simples, mas que fazem a diferença.
Nova gestão
Sordi Junior faz ponderações relevantes sobre a mudança de gestão municipal a partir de 1º de janeiro de 2025. As novas equipes devem iniciar o mandato sintonizadas e olhar para a dengue como o grande problema que é.
Não há espaço para adiar, especialmente após o período de campanha eleitoral. O médico veterinário afirma que além da preocupação com o sucesso das campanhas, tanto para reeleição quanto para a sucessão, houve afrouxamento nas fiscalizações e nas autuações, a fim de não gerar desconforto com os eleitores.
Números
O ano epidemiológico da dengue começou no final de julho deste ano e seguirá até julho de 2025, conforme calendário definido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Desde então, Marilena confirmou 25 casos de dengue, maior número de diagnósticos positivos da região. Em Loanda são 17; em Santa Isabel do Ivaí e Paranavaí, 11; em Alto Paraná, cinco; e em São João do Caiuá, quatro.
Na outra ponta da tabela, sem exames positivos até agora, estão Diamante do Norte, Inajá, Itaúna do Sul, Mirador, Nova Aliança do Ivaí, Paranapoema, Santa Cruz de Monte Castelo, Santo Antônio do Caiuá e Tamboara.