REINALDO SILVA
Da Redação
O crime organizado pode parecer atrativo. As promessas de enriquecimento rápido ou de conquista fácil de bens materiais chamam a atenção de grupos de diferentes idades, moradores de áreas centrais ou da periferia. A estrutura bem definida estabelece atribuições e áreas de atuação, funcionando como uma empresa.
Apesar das proclamadas vantagens, o envolvimento com o crime organizado tem consequências. Adolescentes são apreendidos. Adultos são presos. Os dois termos, apreensão e prisão, diferem para fins jurídicos, mas têm o mesmo significado na prática: privação de liberdade.
A explicação foi apresentada para estudantes de Paranavaí por uma equipe da Polícia Federal, parte do projeto “Escolhas”. Participaram os colégios Professor Bento Munhoz da Rocha Neto (Unidade Polo), Estadual de Paranavaí, Flauzina Dias Viegas, Dr. Marins Alves de Camargo, Silvio Vidal, Leonel Franca, Curitiba, Enira Moraes Ribeiro e Adélia Rossi Arnaldi, totalizando aproximadamente mil adolescentes.
Agente da PF, Ângela Maria Mardegan conta que o projeto começou em 2022, a partir de uma visita a um colégio na cidade de Icaraíma, no Noroeste do Paraná. O tema abordado pela equipe de policiais federais gerou repercussão positiva e motivou a promover ação semelhante em outros lugares.
“Procuramos passar para eles, através da nossa experiência pessoal, as consequências que podem sofrer se forem cooptados por essas quadrilhas, pelo crime organizado, em especial o tráfico de drogas e o contrabando. Eles têm que saber que, ainda que sejam menores de idade, há consequências para toda a vida.”
Ela incentiva as boas escolhas, pois terão reflexos positivos para sempre. Exemplifica: “Você ter prestado muita atenção naquela aula de português, de repente, um dia, você está fazendo um concurso público e vai cair aquela matéria que você prestou atenção”.
Parceria
A realização do “Escolhas” em Paranavaí foi resultado de uma parceria com o Observatório Social (OS) e o Núcleo Regional de Educação (NRE).
Entusiasta das ações voltadas para a formação cidadã nas instituições de ensino, a presidente do OS, Elzi Garbo, fala da importância de envolver os alunos em atividades como a desta semana. “A escolha correta vai impactar de forma direta na vida pessoal e profissional do aluno, da família, da comunidade. Assim, a gente faz com que tudo fique melhor.”
Ao longo deste ano, o Observatório Social já desenvolveu projetos que alcançaram todos os níveis da educação: fundamental, médio e superior.