LARISSA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A economia encolheu 0,40% em outubro em relação ao mês anterior, de acordo com o indicador IBC-Br (indicador de atividade econômica) do Banco Central, divulgado nesta quarta-feira (15).
O recuo foi mais forte do que o de 0,20% previsto por analistas em pesquisa da Reuters.
Esta é a quarta queda seguida, de acordo com os últimos dados revisados. O indicador sinaliza recuo na retomada do setor produtivo neste ano e reforça a tese de atividade mais fraca para 2022.
Em setembro, a atividade caiu 0,46% e em agosto, 0,44%. Os dados podem ser diferentes dos informados anteriormente porque a série passa por revisões frequentes.
No mês passado, a autoridade monetária divulgou queda de 0,27% em setembro e de 0,29% em agosto.
Os ajustes normalmente são residuais, mas, de acordo com o BC, nos últimos meses a diferença tem sido maior em razão dos choques causados pela pandemia de Covid-19.
Nas últimas mudanças, os dados passados pioraram, com quedas maiores que as divulgadas anteriormente e crescimentos menores.
Em julho, por exemplo, houve queda de 0,11% após o ajuste desse mês. O indicador do período passou de alta de 0,60% (antes do ajuste) para 0,23% na primeira revisão (em outubro) e depois para 0,18% (em novembro).
No acumulado de 12 meses, o setor produtivo cresceu 4,19%. No ano, a alta é de 4,99%.
Em março deste ano, mês marcado por novas rodadas de lockdowns em razão do agravamento da pandemia de Covid-19, a economia encolheu 1,88%.
De acordo com a revisão deste mês, o dado só ficou positivo em quatro meses deste ano, janeiro (0,45%), fevereiro (1,63%), abril (0,45%) e junho (0,07%).
O número é calculado com ajuste sazonal, que remove especificidades de um mês, como número de dias úteis, para facilitar a comparação com outros períodos.
Após o início da pandemia, o fechamento dos comércios e o distanciamento social afetaram a economia. Com a reabertura e flexibilização das medidas restritivas, a atividade entrou em ritmo de recuperação.
Em março do ano passado, quando o vírus chegou ao país, houve redução de 5,90% no setor produtivo, segundo informado na época, já sob efeito do distanciamento social. Após a última revisão, a variação foi para queda de 4,95%.
O pior resultado foi registrado em abril de 2020, quando a economia caiu 9,73% (10,12% com revisão), nível mais baixo desde outubro de 2006 e maior queda entre um mês e outro em toda a série histórica, iniciada em 2003.
O IBC-Br mede a atividade econômica do país e é divulgado desde março de 2010. Ele foi criado para auxiliar em decisões de política monetária, já que não existe outro dado mensal de desempenho do setor produtivo.
O indicador do BC leva em conta o desempenho dos principais setores da economia: indústria, agropecuária e serviços.
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