LARISSA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em movimento oposto ao dos bancos tradicionais, as cooperativas de crédito pretendem abrir 1.300 agências em 2022, segundo pesquisa do FGCoop (Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito), com foco nas regiões Norte e Nordeste.
A estimativa é que cerca de 13 mil postos de trabalho sejam criados nessas unidades.
Nos últimos anos, o sistema financeiro promoveu fechamento em massa de agências, especialmente após a pandemia de Covid-19, que acelerou a digitalização de serviços bancários e de pagamentos.
A cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada pela união de pessoas para prestar serviços financeiros aos seus associados.
A proximidade física com o cliente faz parte da estratégia de negócio do cooperativismo. No sistema, os associados são ao mesmo tempo donos e usuários da instituição, com participação na gestão e com usufruto de seus produtos e serviços.
Nas cooperativas, eles têm acesso aos principais serviços disponíveis nos bancos, como conta-corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito e empréstimos. A maior parte oferece transações com Pix, sistema de pagamento instantâneo, por exemplo.
O fundo coletou as projeções de expansão de diferentes sistemas cooperativos -como Sicredi, Sicoob, Unicred, Cressol, Ailos e Uniprime- e das principais cooperativas singulares (que estão fora dos sistemas) e centrais independentes.
“Ainda existe muita demanda por dependências físicas, temos muitos municípios desassistidos no país, principalmente no Norte e no Nordeste. Há carência de instituições financeiras nessas regiões”, diz o presidente do FGCoop, João Carlos Spenthof.
Atualmente as cooperativas atendem cerca de 600 municípios sem presença de banco tradicional. Ao todo, o setor conta com 7.500 agências e emprega 71,7 mil pessoas.
De acordo com dados do Banco Central, o setor é formado 863 cooperativas de crédito em todo o país e por 11,9 milhões de associados.
Em 2020, a carteira de crédito do setor cresceu 35% (em relação a 2019) e alcançou R$ 231,2 bilhões, o equivalente a 5,1% do total do sistema financeiro.
Spenthof afirma que agências devem ser abertas também em grandes cidades e capitais.
“Em bairros periféricos, por exemplo, os grandes bancos não têm interesse. Como as cooperativas não visam lucro, vemos novas oportunidades porque temos taxas e tarifas mais justas”, diz.
O executivo explica que a ideia é que as agências atendam demandas mais complexas, como consultoria de investimento, ou a apresentação de um projeto a ser financiado.
Os serviços mais básicos devem também serão oferecidos nas unidades, mas a maior parte deve ser feita por meio virtual.
Mesmo com abertura de agências, as cooperativas também querem expandir os canais digitais de atendimento, como celular, tablet e computador.
“Chamamos de atendimento fisital [junção de físico com digital]. Os maiores sistemas cooperativos já têm todos os canais digitais e de pagamentos que os bancos tradicionais oferecem”, diz o presidente do FGCoop.
Spenthof afirma que a projeção é que o setor cresça acima de 30% no próximo ano, tanto na carteira de crédito quanto em contas de depósitos.
O FGCoop é gestor dos recursos do setor que servem como garantia de operações até R$ 250 mil.
Dessa forma, se uma cooperativa fecha, os clientes (ou associados) recebem os valores depositados e investidos até esse limite. O restante é apurado após sua liquidação, com venda de bens, por exemplo, para pagamento dos credores.
A entidade funciona de forma semelhante ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito) de bancos tradicionais.
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