As altas temperaturas aliadas à ocorrência de chuvas facilitam a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença
REINALDO SILVA
Da Redação
De 1º de agosto até a última terça-feira (12), os municípios da Região Noroeste contabilizaram 1.106 notificações de casos suspeitos de dengue, com 136 confirmações. Os registros da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) também indicam nove pacientes com sinais de alarme para dengue, quando apresentam dores abdominais, vômitos persistentes, letargia, irritabilidade e sangramento de mucosa, só para citar alguns exemplos.
Os números ganharam destaque na exposição feita pela técnica da Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde, Elisangela Vandresen Gonçalves, na tarde desta quarta-feira (13). Ela foi uma das palestrantes no evento que reuniu médicos e enfermeiros para tratar sobre os protocolos de atendimento em casos suspeitos de dengue.
A preocupação é que o avanço da doença sobrecarregue o sistema público e comprometa os processos de diagnóstico e tratamento.
De acordo com a secretária de Saúde de Paranavaí, Andreia Vilar, erros da equipe em relação aos pacientes com dengue podem interferir na carreira profissional. Diante de um eventual óbito, é necessário comprovar que os protocolos foram seguidos à risca, sob pena de cassação de registro.
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS – Considera-se como ano epidemiológico o período compreendido entre agosto de um ano e julho do ano seguinte. Dentro desse recorte, os dados mais elevados fazem referência a 2019-20, quando os municípios do Noroeste do Paraná totalizaram 21.808 diagnósticos positivos da doença e 20 óbitos.
No ciclo 2023-24, a região alcançou a marca de 13.820 confirmações, com 192 casos com sinal de alarme e 25 graves. Dezesseis pessoas morreram por complicações da dengue, sendo nove homens e sete mulheres, a maioria idosos com comorbidades.
Conforme a avaliação de Elisangela Vandresen Gonçalves, a região é endêmica para dengue, principalmente em razão das condições climáticas. As altas temperaturas aliadas à ocorrência de chuvas facilitam a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Essa característica torna muito difícil o cenário em que haja algum município sem casos confirmados.