Previsão é que a nova estrutura esteja em funcionamento dentro de 24 meses, atendendo aos 19 integrantes do Consórcio Intermunicipal Caiuá Ambiental
REINALDO SILVA
Da Redação
“Menos lixo no aterro sanitário, menos gases poluentes lançados na atmosfera. Os ganhos ambientais são imensuráveis.” Assim o prefeito de Mirador e presidente do Consórcio Intermunicipal Caiuá Ambiental (Cica), Fabiano Travain, resumiu os resultados esperados com a construção de uma usina de triagem mecanizada, com recursos da Itaipu Binacional.
O investimento superior a R$ 19 milhões faz parte da política de proteção ao meio ambiente, nesse caso, com foco no manejo dos resíduos sólidos. Para dar uma ideia do problema, atualmente o aterro sanitário de Paranavaí recebe 100 toneladas diárias de lixo, inclusive de outras cidades. Tudo o que chega é enterrado. Não há qualquer estratégia de reaproveitamento.
A usina de triagem mecanizada permitirá separar lixo comum e reciclável, e essa divisão sistematizada reduzirá em até 90% o volume do que é enterrado. Os itens orgânicos terão como destinação a compostagem ou a produção de biogás. Os materiais passíveis de reaproveitamento poderão ser comercializados.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, afirmou: “É você ter um local adequado para que o lixo seja reaproveitado e reaproveitado de tal maneira que passe a ser uma fonte também de riqueza, de renda e de melhoria da qualidade da vida das pessoas”.
DESAFIOS – De acordo com Verri, o maior desafio dos municípios, especialmente os de pequeno porte, é o manejo do lixo. Não há recursos financeiros suficientes para construir e equipar espaços adequados à destinação dos resíduos sólidos. Faltam também iniciativas efetivas de educação ambiental.
A parceria entre a Itaipu e o Cica pretende suprir essas deficiências. A expectativa é que dentro de 24 meses a usina de triagem mecanizada esteja pronta para entrar em funcionamento. Enquanto isso, os municípios atendidos pelo convênio deverão promover ações de conscientização sobre separação do lixo e reciclagem.
O diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, informou que apenas 4% dos resíduos são reciclados no Brasil. A média paranaense sobe para 9%. Os índices são muito baixos diante do potencial gerador. A conta é de aproximadamente um quilo de lixo por dia para cada pessoa.
Carboni garantiu que essa metodologia de separação a ser implantada em Paranavaí é inédita no Paraná. “É a primeira planta nesse formato. O projeto é inovador.”
SEGURANÇA JURÍDICA – O presidente do Cica lembrou que poucos municípios contam com aterro sanitário próprio, sendo comum o uso de terrenos para o depósito irregular de resíduos, os lixões a céu aberto. A partir do convênio com a Itaipu, o “Cica vem para poder abranger todos os municípios que fazem parte do consórcio, atendendo uma população de quase 200 mil habitantes”.
Outro aspecto é que a gestão consorciada da usina de triagem mecanizada “tira dos prefeitos um grande peso das costas, de não ter um local próprio e correr o risco de sofrer alguma punição, ter que pagar multa por estar destinando o lixo de forma irregular. O Cica, junto com a Itaipu, nesse importante projeto, vai dar segurança jurídica para os municípios”.
AVALIAÇÕES – A assinatura do convênio, na manhã de segunda-feira (2), reuniu agentes políticos de toda a região. O deputado federal Tião Medeiros prestigiou o evento e classificou a construção da usina de triagem mecanizada como “um legado importante do Cica para o futuro”.
Para o prefeito em exercício de Paranavaí, Pedro Baraldi, o investimento beneficiará o município sede e todo o Noroeste, mas, acima de tudo, o meio ambiente.
Integram o Cica: Alto Paraná, Amaporã, Cruzeiro do Sul, Floraí, Inajá, Jardim Olinda, Mirador, Nova Aliança do Ivaí, Paraíso do Norte, Paranapoema, Paranavaí, Presidente Castelo Branco, Santa Inês, Santo Antônio do Caiuá, São Carlos do Ivaí, São João do Caiuá, Tamboara, Terra Rica e Uniflor.