Quando o evangelista Lucas escreve uma história, ele não está interessado em contar os grandes feitos dos poderosos, dos grandes, como a “História Oficial”, mas parece que ele tem por trás da narrativa uma memória do Deus do Êxodo, O Deus Misericordioso que: “Ouve o clamor do seu povo” e desceu para salvá-lo. As mulheres, os pobres, doentes, estrangeiros, pagãos, órfãos, viúvas, os oprimidos e excluídos são os prediletos de Deus e são os personagens agraciados por Ele, as parábolas da Misericórdia nos mostram isto. Deus age a partir dos pobres.
O evangelho mostra o encontro das duas mulheres, Isabel além de idosa era estéril; Maria não teve relações com nenhum homem, é jovem e virgem. Dá-se o encontro das duas crianças, o Precursor e o Salvador sob o dinamismo do Espírito Santo. Jesus fora concebido por obra do Espírito Santo, João Batista exulta no seio de Isabel que cheia do Espírito Santo, proclama Maria Bendita e bem-aventurada. O Pai havia revelado a Maria o dom feito a Isabel, a marginalizada porque estéril, a que não tinha mais esperanças de vida porque idosa e incapaz de conceber. O Espírito revela a Isabel que Maria, a Serva do Pai, se tornou “Mãe do Senhor”. (V. 43) Assim a Trindade entra na casa dos pobres humilhados que esperam a libertação. Nesse sentido, é interessante esclarecer o significado dos nomes das personagens envolvidas na cena: Jesus (Deus Salva); João (= Deus é Misericórdia); Zacarias (= Deus se lembrou); Isabel (= Deus é plenitude); Maria (= a Amada). Em síntese, os pobres proclamam a misericórdia do Deus que se lembra dos pobres, vem morar com eles porque os ama, trazendo-lhe a plenitude da salvação.
Em Maria é dirigida a primeira benção dos evangelhos: “Bendita és tu entre as mulheres”. Isabel está “repleta do Espírito Santo”: é porta-voz de Deus, anunciadora das maravilhas divinas. Maria é reconhecida como alguém imersa na benção, porque lhe é dito: és bendita, em lugar de sê bendita. No seu seio se abriga a BENÇÃO DE DEUS FEITO HOMEM. Maria é bendita pelo dom gratuito: Deus a favoreceu e a escolheu. Ela é grande por ser a Mãe do Senhor. Lucas apresenta Maria como Discípula fiel que escuta e coloca em prática a Palavra de Deus. É Mulher de fé – este nome novo Maria recebe: a Disponível, a Acolhedora da Palavra de Deus. Por isso Isabel a declara feliz pela sua resposta pessoal, livre e completa ao convite de Deus.
Feliz é Maria pela adesão a Deus e aos seus projetos de salvação. Assim há uma progressão da maternidade espiritual para a física: Maria concebe o Filho no coração e, em seguida o concebe em seu seio. É o máximo da receptividade.
Esta fé em Maria, que se abre ao mistério de Deus, torna-se, dom de amor aos homens. Conduz seu Filho às casas, às cidades, ao mundo Leva-O às almas e se põe a servir.
Nós pobres sempre estamos precisando uns dos outros. A gente sempre encontra também um jeito de ajudar as pessoas que estão precisando de nós. Não precisa ter muito dinheiro para ajudar a alguém. Às vezes as pessoas ricas são as que menos ajudam os outros porque não sentem o sofrimento do pobre. O que a gente precisa para ajudar aos outros é o sentimento de ser irmão, ter um bom coração e aprender o exemplo que Nossa Senhora nos deu. Morava muito longe de sua prima Isabel. Eram umas 20 léguas de distância e o jeito era andar tudo isso a pé, subindo e descendo serra. Maria não desanimou diante das dificuldades. Sentiu a precisão de sua prima, tomou a decisão e partiu. Isabel era bastante velha mas pela força de Deus ela estava esperando um filho. Estava com seis meses de gravidez, precisando de ajuda. Maria se dispôs a servir. Caminhou com muita alegria, animada pelo Espírito Santo. Vejamos no evangelho como Isabel ficou alegre com a visita de Maria. “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou no seio dela e ela ficou cheia do Espírito Santo. Então exclamou em voz alta: Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre.”
– Por que Maria sai apressadamente pelas montanhas das Judéia?
– O que se recebe de Deus, dá pra guardar só pra gente? O que Maria nos ensina? Como ela agiu?
– Como os cristãos devem agir diante das necessidades do irmão?
– Você faz visitais cordiais a seus parentes e amigos, o que vocês trocam nestas visitas?
– O que como Igreja sou chamado, somos chamados, a praticar?
– As pessoas que vão nas comunidades se sentem acolhidas? O que precisa mudar?
– Qual a Boa-Notícia que comunicamos aos outros? Como cristãos e devotos de Maria?
– A minha presença comunica alegria?
Frei Filomeno dos Santos O.Carm.