A safra de milho 2024 no Paraná foi marcada pela valorização do grão e por desafios climáticos que impactaram a produtividade. A seca prolongada atingiu especialmente a segunda safra, prejudicando germinação e desenvolvimento do grão, segundo análises técnicas.
A área destinada à primeira safra de milho recuou 17% na temporada. Saiu de 354 mil hectares em 2022/2023 para 294 mil hectares no ciclo atual, devido à preferência crescente pela soja.
“A primeira safra vem recuando cada vez mais, enquanto a segunda safra tem ganhado corpo, mesmo com a competição de área com o trigo e outros cultivos de inverno”, disse Ana Paula Kowalski, técnica do Sistema Faep.
A segunda safra de milho, responsável pelo abastecimento da cadeia de proteína animal no estado, teve um ganho de 7% na área plantada, somando 2,53 milhões de hectares. Apesar do aumento de área, a produção total foi de 18,5 milhões de toneladas, queda de 17% em relação ao ciclo anterior.
“Os fatores climáticos que impactaram a soja também afetaram o milho. Mas os 15 milhões de toneladas colhidos atenderam, ainda que de forma justa, à demanda interna”, afirmou Edmar Gervásio, analista do Departamento de Economia Rural (Deral).
Valorização do milho e mercado local
Apesar das perdas climáticas, o mercado de milho se beneficiou com a alta procura e a oferta ajustada. “O milho apresentou elevação maior de preços, com recuperação ao longo de 2024, especialmente no mercado local”, destacou Kowalski.
Essa valorização garantiu rentabilidade para produtores como Claudia Nekatschalow, que aproveitou a entressafra para comercializar sua produção.
Perspectivas para etanol
O Paraná também tem registrado aumento na transformação do milho em etanol. “A produção de etanol de milho traz benefícios, como a possibilidade de armazenamento por longo período e planejamento mais regular, impactando positivamente o mercado”, concluiu Gervásio.
Fonte: Canal Rural